Putin envia "missões de paz" a territórios rebeldes da Ucrânia
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira (21) que soldados russos entrem na Ucrânia em uma "missão de paz", pouco tempo depois de reconhecer dois territórios separatistas apoiados por Moscou, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk.
O decreto assinado por Putin diz que as tropas devem permanecer no território ucraniano até que os dois estados separatistas assinem tratados sobre "amizade, cooperação e ajuda mútua".
Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, diz estar "muito preocupado" com a decisão de Putin sobre o status de Donbass e "exige uma solução pacífica para o conflito no leste da Ucrânia, de acordo com os acordos de Minsk".
Mais cedo, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse em comunicado oficial que condena a decisão tomada pelo presidente da Rússia de reconhecer as regiões separatistas do leste da Ucrânia.
"Isso é claramente uma violação unilateral dos compromissos internacionais da Rússia e um ataque à soberania da Ucrânia", diz a nota.
A Rússia tem mais de 190 mil soldados, tanques e mísseis concentrados ao longo da fronteira ucraniana, mas, até então, negava a intenção de invadir o país vizinho. O regime de Vladimir Putin, no entanto, reclamava de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.
Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.
Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais em especial os Estados Unidos de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.
A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.

