BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do PSDB, Bruno Araújo, citou neste sábado (27) tentativas de ataque ao sistema de votação nas prévias da legenda, mas disse que houve boa resistência do novo aplicativo contratado.

Ele manteve a previsão de anunciar neste sábado o nome do candidato da sigla à Presidência da República para as eleições de 2022.

A votação no PSDB foi retomada depois do fiasco no app que postergou a definição do último domingo (21) --a sigla diz suspeitar de ataque hacker.

"Está claro que o que houve na semana passada foi muito provavelmente um ataque ao PSDB, um ataque à democracia. Hoje pela manhã, já havia tentativa de centenas de pedidos de acesso ao sistema, sobretudo do exterior, eram mais de 1.500", afirmou em entrevista à CNN Brasil.

Estão no páreo para representar o PSDB em 2022 os governadores de São Paulo, João Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também participa das prévias, mas não tem chance de vencer.

O partido também divulgou balanço da votação e informou que, pela manhã, 15 mil filiados votaram.

A disputa interna começou no último final de semana, mas foi interrompida devido a problemas no aplicativo de votação que havia sido contratado pelo partido.

Apesar das declarações de Bruno Araújo, na primeira hora de votação deste sábado, usuários de iPhone e Apple tiveram dificuldade de votar usando o navegador Safari.

O partido, em rede social, soltou recomendação para que eles usassem outro navegador, como o Google Chrome. Segundo o PSDB, o problema já foi resolvido e já é possível votar usando Safari.

Neste sábado, o líder da sigla também afirmou que as prévias serviram para fortalecer o PSDB e disse que os demais partidos não enfrentaram problemas porque não fizeram uma eleição interna.

"Não temos problema no aplicativo de Sergio Moro porque não tem prévias no Podemos; não tem problema no aplicativo de Lula porque não tem escolha no PT; não temos problema no aplicativo de Bolsonaro porque no PL Valdemar Costa Neto resolve quem é o candidato", afirmou, em referência a outros três pré-candidatos à Presidência da República.

Ele disse que, após anunciado o resultado das prévias, o desafio do vencedor será iniciar um processo de "reconstrução interna" porque "toda disputa gera ferias".

Além disso, afirmou que o candidato tucano à chefia do Executivo deverá começar a discutir "alianças que possam permitir a aglutinação de força no campo de centro".

"A partir do momento que tiver escolhido, ele terá que demonstrar grandeza, capacidade de articulação, liderança e espírito público para poder ajustar as questões internas e consolidar nesse campo da aliança de centro uma força que o permita ser candidato com o apoio dessa importante gama de partidos para poder fortalecer esse projeto no ano que vem", disse.

Embora a cúpula do PSDB resista às previsões de derrocada, forças que também se articulam para enfrentar o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro, pintam um quadro distante do passado de glórias que tucanos evocam.

Mesmo após a desorganização das prévias, persiste o discurso de que a legenda é um polo de aglutinação, terá a cabeça de chapa e despontará como a candidatura mais competitiva.

Já dirigentes de outras siglas veem o PSDB como parte importante do jogo da centro-direita, mas não necessariamente um protagonista. Afirmam que o partido já foi líder da centro-direita nos últimos cinco pleitos, tendo perdido todos. Para obter apoio, lembram, é preciso estar disposto a apoiar.