SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - A Executiva Nacional do PROS negou nesta terça-feira (15) que o ex-deputado federal Cabo Daciolo seja pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pela sigla.

A manifestação ocorre um dia depois de Daciolo ter anunciado formalização de intenção para concorrer ao governo do Estado. A decisão foi divulgada após reunião com presidente estadual da legenda, Jimmy Pereira, e o vice-presidente estadual Ricardo Urbano.

"A iniciativa foi adotada sem consulta ao PROS Nacional, tendo os supostos membros do PROS/RJ promovido o anúncio sem possuírem qualquer legitimidade", disse o partido em comunicado.

Consultada pelo UOL sobre o anúncio de pré-candidatura no Rio de Janeiro e sobre a nota do PROS divulgada hoje, a assessoria de Daciolo não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

"O PROS Nacional lamenta o ocorrido, reprova o uso indevido do nome e da imagem do Cabo Daciolo tendo os supostos membros do PROS/RJ promovido o anúncio sem possuírem qualquer legitimidade, e o fizeram em total descumprimento às resoluções do partido", informou a sigla.

DACIOLO NA POLÍTICA

No ano passado, Daciolo desistiu da pré-candidatura à Presidência da República e declarou apoio ao colega Ciro Gomes (PDT). O anúncio foi feito em live transmitida na página do político no Facebook. Na última eleição à Presidência da República, em que o ex-deputado obteve 1,3 milhão de votos, Daciolo ficou conhecido por bordões extravagantes, teorias conspiratórias e também por ter se colocado como um candidato cristão e anti-establishment alternativo a Jair Bolsonaro.

Cabo Daciolo ficou conhecido ao liderar um movimento grevista no Corpo de Bombeiros, em 2011. Na época, chegou a ser preso por nove dias e excluído da corporação. Segundo ele, o período no cárcere fez com que despertasse a vontade de lutar por melhores condições no sistema prisional.

Em 2014, foi eleito deputado federal pelo PSOL. Mas acabou entrando em rota de colisão com as lideranças do partido após defender a inocência dos PMs presos acusados de participar da tortura e morte do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu em 2013 da favela da Rocinha.

Em 2015, foi expulso do PSOL após propor emenda para alterar a Constituição. Ele queria substituir o trecho "todo poder emana do povo" para "todo poder emana de Deus".