SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Procon-SP comunicou nesta quinta-feira (24) que autuou 18 estabelecimentos em fiscalização no Mercado Municipal de São Paulo para apurar se o "golpe da fruta" e o da mortadela continuam acontecendo no local.

De acordo com comunicado, os fiscais não flagraram os golpes, mas encontraram outras irregularidades, como:

Produtos sem informação de preço (12 estabelecimentos);

Produtos sem informação de validade (8 estabelecimentos);

Informação do preço por grama e não por quilo (6 estabelecimentos);

Produtos sem informação de origem (5 estabelecimentos) nem sobre glúten (5 estabelecimentos) ;

Divergência de titularidade para emissão de nota fiscal (4 estabelecimentos)

O diretor do Procon-SP, Fernando Capez, disse que essa fiscalização será permanente e que o Procon fará visitas de surpresa para tentar encontrar os locais que estão aplicando esses golpes.

Os consumidores podem denunciar estabelecimentos irregulares no site do Procon.

Em uma publicação que denuncia o "golpe da fruta" no Instagram, uma pessoa anônima diz que um comerciante ofereceu uma "fruta japonesa", combinação de laranja, tangerina e limão siciliano. Provou o sabor e pediu para o vendedor embalar três frutas em uma bandeja, que custou R$ 350. Mesmo a contragosto, pagou o valor e conta que depois reparou ter comprado três laranjas comuns. "Me senti duplamente trouxa", disse.

Segundo os relatos, os funcionários abordam os visitantes já na entrada do Mercadão e oferecem frutas de graça para que eles experimentem. Enquanto isso, montam bandejas com os produtos para venda.

Os usuários que se recusam a comprar dizem que são pressionados ou xingados pelos vendedores. O comportamento se repete também com quem não aceita a degustação gratuita.

Segundo o Procon, outro produto tradicional do Mercado também teria irregularidades: o sanduíche de mortadela. Comerciantes estariam anunciando a venda do sanduíche de mortadela de uma marca reconhecida pela boa qualidade, mas, no fim, eles acabam vendendo o produto de uma inferior, com o embutido já cortado.

Consumidores que foram vítimas do "golpe da fruta" no Mercadão dizem ter pago entre R$ 100 e R$ 1.200 em bandejas de frutas.

Em nota, a Mercado SP SPE, concessionária que administra o Mercadão, afirmou que ainda não foi informada pelo Procon-SP sobre quais boxes foram autuados na fiscalização desta quarta nem na da visita anterior, em 17 de fevereiro.

A empresa diz que realiza "fiscalizações, dá orientações e aplica advertências e multas aos lojistas infratores", além de planejar "ações judiciais para rescisão de contratos de lojistas infratores e recalcitrantes".

"Como salientado pelo próprio Procon-SP, nesta última fiscalização, não foram flagrados golpes, circunstância que demonstra que as medidas que vem sendo tomadas pela concessionária, auxiliadas pela própria fiscalização do órgão, estão surtindo efeito."