Principais pontos do projeto de Código Eleitoral
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 09 de setembro de 2021
REVOGAÇÃO DE TODA A LEGISLAÇÃO ELEITORAL ORDINÁRIA E CONSOLIDAÇÃO DAS REGRAS EM UM ÚNICO CÓDIGO
O que é
Projeto de lei complementar relatado pela deputada Margarete Coelho (PP-PI), uma das principais aliadas de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Estágio de tramitação
Texto-base aprovado nesta quinta (9)
Próximos passos
Após votação das emendas, segue para análise do Senado. Para valer nas eleições de 2022, tem que estar aprovado e sancionado pelo presidente da República até o início de outubro, a um ano da disputa
ALGUNS DOS PRINCIPAIS PONTOS
PESQUISAS ELEITORAIS
Como é hoje
Podem ser divulgadas inclusive no dia da eleição
Como ficaria
Só podem ser divulgadas até a antevéspera da eleição. Além disso, é preciso publicar um percentual de acertos das pesquisas feitas nas últimas cinco eleições
COTAS DE GÊNERO E RACIAL
Como é hoje
Partidos precisam distribuir as verbas públicas de campanha proporcionalmente aos candidatos homens e mulheres, negros e brancos
Como ficaria
Texto original estabelecia que mulheres poderiam usar cota em benefício de candidatos, e não fazia menção a cota racial. Já o texto protocolado para votação prevê a distribuição de verbas de forma proporcional a homens e mulheres, negros e brancos, além de trazer algumas inovações. Uma delas estabelece que o voto dado na mulher contará em dobro para o cálculo de distribuição das verbas públicas aos partidos
FUNDO PARTIDÁRIO
Como é hoje
Lei estabelece restrição ao uso do cerca de R$ 1 bilhão distribuído anualmente às siglas
Como ficaria
Partidos têm ampla autonomia para usar a verba de acordo com suas conveniências, inclusive para pagar multas eleitorais
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Como é hoje
Justiça analisa a prestação de contas de partidos e candidatos, aplicando punições e determinando devolução de recursos em casos de irregularidades. Prazo para análise das contas partidárias é de até 5 anos
Como ficaria
A análise deverá se restringir ao cumprimento de regras burocráticas. Sistema de prestação de contas é desmantelado. O prazo para análise cai de cinco para dois anos, o que eleva a chance de prescrição. A multa por desaprovação das contas partidárias não poderá ultrapassar o valor de R$ 30 mil. Devolução de verbas só ocorrerá em caso de gravidade
CASSAÇÃO DE MANDATOS
Como é hoje
Políticos podem perder os mandatos caso sejam condenados por crimes como o de compra de voto
Como ficaria
Para que haja cassação, terá que ser provado que o candidato usou de algum meio violento para coagir o eleitor
LEI DA FICHA LIMPA
Como é hoje
Pune com inelegibilidade políticos condenados na Justiça por órgão colegiado, que tiveram o mandato cassado ou renunciaram para escapar à cassação
Como ficaria
Diminui os prazos de inelegibilidade e permite novamente a políticos usar a manobra de renunciar para evitar a cassação (sem que isso resulte em inelegibilidade)
CRIMES ELEITORAIS
Como é hoje
Transporte irregular de eleitores, boca de urna e comício no dia da eleição são crimes
Como ficaria
Passam a ser apenas infração cível, punida com multa
RESOLUÇÕES DO TSE
Como é hoje
Tribunal pode editar resoluções sobre as eleições e responder a consultas dos partidos a qualquer tempo
Como ficaria
Para valer nas eleições, essas resoluções terão que ser emitidas com antecedência mínima de 1 ano. O Congresso passa também a ter o poder de cassar resoluções do TSE
CAIXA DOIS ELEITORAL
Como é hoje
Não há tipificação específica para o crime de movimentar recursos de campanha sem informar à Justiça
Como ficaria
Passa a ser crime específico, com pena máxima passível de acordo de não persecução penal
QUARENTENA ELEITORAL
Como é hoje
Não há
Como ficaria
Cria quarentena de 5 anos para que militares, policiais, magistrados e membros do Ministério Público possam disputar eleições. Regra tende a valer só a partir de 2026
MANDATOS COLETIVOS E RELAÇÃO ENTRE PARTIDOS E MOVIMENTOS DE RENOVAÇÃO POLÍTICA
Como é hoje
Não há regulamentação
Como ficaria
Regulamenta o mandato coletivo. Sobre a relação entre partidos e grupos de renovação na política, deixa explícita a autonomia partidária em relação a esses grupos
PROPAGAÇÃO DE FAKE NEWS NAS ELEIÇÕES
Como é hoje
Crime, com pena de detenção de dois meses a um ano ou pagamento de multa
Como ficaria
Pena é elevada para 1 a 4 anos, sendo acrescida de metade a dois terços se visa atingir a integridade dos processos de votação, apuração e totalização de votos, com a finalidade de promover a desordem ou estimular a recusa social dos resultados eleitorais