PRF manda manifestantes abaixarem cartazes críticos a Bolsonaro em Rondônia
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 03 de fevereiro de 2022
BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que faziam a segurança do presidente Jair Bolsonaro durante visita a Porto Velho (RO) mandaram integrantes de movimentos sociais no local abaixarem cartazes com críticas ao governo.
"Estou explicando para os senhores, aqui é uma área de segurança e a responsabilidade é nossa", diz um dos policiais. "Estou dando uma ordem para o senhor. Se o senhor não obedecer, vai ser conduzido por desobediência, tá?"
Procurados, o Planalto, a PRF e a Secretária de Estado e Segurança Pública de Rondônia não haviam se manifestado até a conclusão desta reportagem.
Em novembro do ano passado, uma mulher foi detida depois de xingar o presidente Jair Bolsonaro, que cumpria agenda em Resende (RJ) para a formatura dos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras.
Após os xingamentos, o carro em que a mulher estava foi abordado pela PRF, que conduziu a uma delegacia.
De acordo com a corporação, a medida foi tomada com base no Código Penal, que trata de crime de injúria, com pena de um a três anos e multa, aumentados em um terço se o alvo das ofensas for o presidente da República ou um chefe de Estado estrangeiro.
A Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos (FADDH) pediu à Justiça Federal no Rio de Janeiro a abertura de inquérito para apurar a possível prática de abuso de autoridade cometida pelos agentes à época.
"A cidadã foi indevidamente abordada por membros da PRF, que entenderam por bem constrangê-la, alegando terem supostamente considerado que ela estaria cometendo crime de injuria contra o presidente. Ao adotar tal postura de abordar e levar tal cidadã que evidenciaram uma atitude autoritária que parece ter sido adotada por parte das forças de segurança, que não admitem crítica ao governo", dizia a peça.
DIFERENÇAS COM CASTILLO
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que as diferenças com o mandatário peruano, Pedro Castillo, foram superadas e que os dois países trabalharão juntos para ter uma boa relação.
"Nós queremos uma América do Sul livre. Nós podemos até ter uma boa relação se a democracia impera de fato no seu país", disse Bolsonaro.
Os governos dos dois países firmaram compromisso para a trabalharem juntos para alcançar integração econômica e cooperação em assuntos de saúde e defesa, segundo uma nota conjunta firmada pelo Ministério das Relações Exteriores.
Brasil e Peru compartilham uma fronteira de quase 3.000 quilômetros. Em 2021, as trocas comerciais entre Brasil e Peru chegaram a mais de R$ 4 bilhões. O Brasil é o quarto maior parceiro comercial do Peru.

