SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um comunicado interceptado pelo serviço de inteligência do governo paulista, integrantes do PCC negam participação na série de mortes ocorridas na fronteira do Brasil e Paraguaia.

A mensagem é destinada ao "crime em geral", às autoridades governamentais e aos veículos de "comunicação mundial".

A cúpula de segurança de São Paulo considera que a mensagem é autêntica e foi produzida por membros da facção. O comunicado foi interceptado dentro de conversas entre criminosos na noite do último dia 9 de outubro, horas depois da morte de quatro pessoas em Pedro Juan Cabellero (no Paraguai).

Na ocasião, foram mortos Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto, e três mulheres: Hayllee Carolina Acevedo Yunis, filha do governador do estado paraguaio de Amambay, e as brasileiras Rhannya Jamilly Borges de Oliveira e Kalline Reinoso de Oliveira, todas estudantes de medicina.

De acordo com a mensagem, a facção não teria participado ou dado autorização para os assassinatos. O grupo liderado por Marco Camacho, o Marcola, também critica a morte de inocentes no ataque.

"Prezamos a vida acima de tudo, porém quando temos que tomar alguma atitude referente a alguém este mesmo é comunicado que está decretado [sic] a morte. Não compactuamos, não concordamos com atos que causem a morte covardemente de pessoas inocentes e combatemos tais atos", diz o trecho.

A carta termina com uma mensagem às famílias dos mortos. "Deixamos nosso pesar às famílias. Ass. Primeiro Comando Da Capital."

A polícia suspeitava que a chacina tivesse sido cometida a mando do PCC. Segundo essa linha de investigação, Grance era alvo do grupo. Sete pessoas suspeitas de envolvimento com o crime foram presas, seis delas brasileiras.

Uma nova linha de investigação, porém, apontou para outro caminho, que envolveria um narcotraficante no crime. Com isso, surgiram outras possibilidades para o caso, como falta de pagamento de dívidas ou até uma questão passional.