RECIFE, PE, E SÃO MATEUS, ES (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) surpreendeu passageiros ao entrar, na tarde desta sexta-feira (11), num avião comercial que estava parado no aeroporto de Vitória, no Espírito Santo.

Alguns passageiros gritaram “fora, Bolsonaro” e o chamaram de genocida. Outros o apoiaram com gritos de "mito".

Após ser hostilizado, ainda dentro da aeronave, o presidente respondeu ao protesto. “Quem fala 'fora, Bolsonaro' deveria está de jegue viajando, não de avião (sic). É ou não é? Para ser solidário com o candidato deles”, disse o presidente.

Bolsonaro desembarcou em Vitória no final da manhã desta sexta-feira.

Inicialmente, foi recebido por um grupo de apoiadores, mas acabou sendo alvo de manifestantes, que levaram um cartaz alusivo às 500 mil mortes por Covid-19, marca que o país deve atingir nas próximas semanas.

Simpatizantes do presidente hostilizaram os manifestantes com xingamentos e tentaram rasgar o cartaz.

Do aeroporto da capital capixaba, Bolsonaro sobrevoou o Porto de Vitória, trechos da BR-447 e também as obras do contorno do Mestre Álvaro, no município de Serra, na região metropolitana.

Depois, seguiu para a cidade de São Mateus para participar da cerimônia de entrega de 434 casas do conjunto habitacional Residencial Solar São Mateus.

Em discurso contra medidas restritivas de enfrentamento à Covid-19, o presidente disse que as Forças Armadas podem ir às ruas para garantir a liberdade do povo.

“Jamais, eu faria um toque de recolher. Tenho as Forças Armadas do meu lado. Sou o chefe supremo dela. Jamais, elas irão às ruas para mantê-los em casa. Poderão sim, um dia, ir às ruas para garantir a sua liberdade e seu bem maior, que aquilo previsto em nossa Constituição”, disse.

Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia para combater a Covid. "Tomei a hidroxicloroquina. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado que procurou um remédio para esse mal."

Ele afirmou que iria continuar firme na defesa daquilo que acredita. “Não vou esmorecer. Não sou cabeça dura, sou perseverante. Lutamos para salvar vidas e enfrentamos os mais variados desafios."

Esta é a primeira vez que Bolsonaro visita o Espírito Santo desde que foi eleito presidente, em 2018.

A administração municipal previa uma cerimônia com 3.000 pessoas. No entanto, por causa de decreto do governo estadual, o público foi reduzido para 300 pessoas.

Do lado de fora da área da cerimônia, apoiadores do presidente se aglomeraram, muitos sem máscara, ignorando os protocolos de prevenção contra a Covid-19. Bolsonaro, mais uma vez, não usou máscara.

Segundo o mapa de risco do Governo do Espírito Santo, São Mateus se encontra em risco moderado de contaminação da Covid-19.