RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), decidiu fechar as praias e áreas de lazer da cidade neste fim de semana. Além disso, está proibida a entrada de ônibus e outros veículos de fretamento na cidade, exceto aqueles que prestam serviços regulares para os funcionários de empresas ou para hotéis. As regras valem da 0h deste sábado (20) até as 5h de segunda-feira (22).

Antes, havia apenas imposição e restrições a comércio na orla. De acordo com Paes, as medidas visam conter o avanço do coronavírus na cidade. Conforme o prefeito, novas medidas serão tomadas na próxima semana, como a antecipação de feriados. Antes de anunciar essas restrições, porém, ele pretende conversar com prefeitos da região metropolitana do Rio.

"Ou nós temos consciência daquilo que estamos vivendo e respeitamos as vidas, ou vamos viver uma situação inadministrável nos próximos dias. Eu faço este apelo à população carioca. É uma medida dura, difícil. Sabemos das dificuldades econômicas", disse o prefeito.

Com as novas regras, está proibida a permanência nas areias, em qualquer horário, além da prática de esportes e o banho de mar. Não está liberada qualquer atividade econômica, entre elas, o comércio ambulante. Também está proibido o estacionamento de veículos em toda a orla marítima, exceto para os moradores, idosos, portadores de necessidades especiais, hóspedes de hotéis e táxis.

Desde o início do mês, o município do Rio implantou várias medidas restritivas, como o fechamento de bares e restaurantes às 21h, a proibição da abertura de boates e casas de festas, além de não permitir a permanência em ruas e outros espaços públicos, entre 23h e 5h, rodas de samba, feiras de ambulantes e feirartes (de artesanato).

A prefeitura se reunirá com o comitê científico na segunda-feira (22). Não está descartada a possibilidade de lockdown. Nesta quinta-feira (18), a taxa de ocupação de leitos de UTI continua acima de 90% na capital.

"Não sou negacionista, não sou apavorado e assustado, não implementei o lockdown que me pedem desde janeiro. Desde o dia que eu ganhei a eleição: 'O senhor vai fazer lockdow?' Faremos o que for necessário no momento em que for necessário", avaliou Paes.

Ele também criticou a estratégia de montar hospitais de campanha quando o Rio tinha leitos parados: "Temos, neste momento, na rede federal, cerca de 300 a 350 leitos que poderiam ser abertos. Aqui, já fica o apelo ao ministro da Saúde, [Eduardo] Pazuello [que está deixando o cargo] e [Marcelo] Queiroga [ainda não empossado], para que a rede federal possa abrir e colocar em regulação os leitos federais existentes no Rio de Janeiro. Ninguém precisa fazer hospital de campanha. Isso sempre foi desnecessário na cidade".