SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A praça Roosevelt, localizada no centro de São Paulo, será tomada por diversos cataventos a partir deste domingo (3) --cada um deles representará uma vítima da Covid-19.

A ação é parte do chamado Memorial de Despedida, promovida pela prefeitura, que visa homenagear os 38 mil mortos pela doença na capital paulista e permitir que as famílias se despeçam de seus entes em um ritual. Entre os apoios do evento, está o blog Morte sem Tabu, da Folha.

No início da pandemia, a prefeitura restringiu o público e o horário de funerais para evitar o contágio do vírus. Assim, os rituais fúnebres acabaram sendo realizados de maneira limitada nesse período, o que fez com que pessoas fossem privadas do importante momento de despedida de seus parentes e amigos.

Desde setembro, as cerimônias foram liberadas se passados 20 dias de contágio das vítimas --a duração máxima da cerimônia, porém, segue sendo uma hora.

Durante um mês, os cataventos ficarão expostos na praça Roosevelt --os objetos foram confeccionados por membros da Escola de Samba Vai-Vai com material reciclado obtido por meio da cooperativa Recifavela.

Além das peças, a praça também vai contar com uma intervenção das artistas Negana e Carol Carreiro, que pintaram desenhos de corações em mais de 1.000 metros de muros no local.

Na abertura do memorial, acontece um cortejo, a partir das 16h. Na ocasião, serão carregados cataventos ao redor da praça, seguidos por familiares e amigos de vítimas. Quando anoitecer, velas serão acesas enquanto artistas circenses e músicos acompanham o cortejo.

A ideia é que, aos finais de semana, as famílias que visitarem o espaço sejam recebidas por monitores que vão entregar fitas coloridas para que os nomes das vítimas sejam escritos. Depois, elas serão amarradas nos cataventos.

O memorial será encerrado no Dia de Finados. Ao final do evento, a população poderá levar para casa o catavento correspondente a uma pessoa que partiu.