RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após forte alta com repasse dos mega-aumentos promovidos pela Petrobras há duas semanas, os preços da gasolina e do diesel recuaram nos postos brasileiros esta semana, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

A gasolina caiu 0,8%, para um preço médio nacional de R$ 7,210 por litro. O maior preço detectado pela ANP foi R$ 8,949 por litro, em Jequié (BA). Na semana passada, o valor mais alto havia sido visto em Balsas (MA), com R$ 8,399.

O diesel teve queda de 1,3%, para R$ 6,564 por litro. A ANP encontrou o combustível sendo vendido a R$ 7,970 por litro em Balsas (MA). É mais baixo do que os R$ 7,980 verificados na semana anterior em Ilhéus (BA).

Já o gás de cozinha subiu 0,6%, para R$ 113,24 por botijão de 13 quilos. O produto foi encontrado ao preço máximo de R$ 160 em Rio Branco (AC). É o mesmo valor detectado na semana anterior em Sinop (MT).

A alta reflete ainda repasses dos mega-aumentos anunciados pela Petrobras há duas semanas, quando os preços de venda de gasolina, diesel e gás de cozinha em suas refinarias foram elevados em 18,8%, 24,9% e 16,1%.

Na primeira semana após os reajustes, os preços da gasolina e do diesel haviam subido 8,7% e 14,4%, respectivamente, nos postos brasileiros.

A escalada dos preços dos combustíveis gerou novas pressões por mudanças na política de preços da Petrobras e se transformou em um foco de atrito entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna.

O governo anunciou nas últimas semanas propostas para tentar reduzir os preços, como a isenção de impostos federais sobre o diesel, ainda não implementada, e do imposto de importação sobre o etanol anidro, que é misturado à gasolina.

Essa segunda medida, porém, tem impacto quase nulo no preço de bomba, já que apenas uma pequena parcela do consumo nacional de etanol anidro é abastecida por produtos importados.

Segundo cálculo do consultor Dietmar Schupp, especialista em tributação de combustíveis, o repasse da isenção no cenário atual representaria uma economia média de apenas R$ 0,004 no litro da gasolina.

Também após os reajustes, o governo conseguiu aprovar no Congresso a mudança no sistema de cobrança do ICMS, estabelecendo uma alíquota única em reais por litro em todo o país.

Nesta quinta (25), porém, os estados aprovaram uma alternativa que dribla a unificação do imposto, ao estabelecer uma alíquota máxima de R$ 1,006 por litro com a possibilidade de descontos.

Assim, cada estado deve dar desconto equivalente à diferença entre a alíquota máxima e o valor que cobra hoje de imposto, mantendo a alíquota no mesmo patamar de antes da lei.

Segundo a ANP, o preço do etanol hidratado subiu 0,3% esta semana, para R$ 4,952 por litro. Já o GNV (gás natural veicular) ficou praticamente estável em relação à semana anterior, em R$ 4,750 por metro cúbico.