RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O preço da gasolina renovou recorde histórico após o repasse do mega-aumento promovido pela Petrobras na semana passada. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), gasolina e diesel subiram 8,73% e 14,4% nos postos esta semana.

Segundo a ANP, o preço médio da gasolina no país ficou em R$ 7,267 por litro esta semana. O recorde anterior era R$ 6,90, já corrigido pela inflação, verificado em novembro de 2021. O diesel custou esta semana, em média, R$ 6,654 por litro, acima do recorde de R$ 5,49 também de novembro.

A pesquisa da ANP detectou gasolina a até R$ 8,399 por litro no país, em Balsas, no Maranhão. O maior preço do diesel foi verificado em Ilhéus, na Bahia, onde o litro do combustível é encontrado a até R$ 7,980.

Os aumentos refletem o repasse às bombas dos reajustes promovidos pela Petrobras na última sexta-feira (11), para adequar os preços internos à escalada das cotações internacionais do petróleo após o início da guerra na Ucrânia.

A Petrobras aumentou o preço da gasolina vendida por suas refinarias em 18,8%. O diesel subiu 24,9% e o gás de cozinha, 16,1%. Os reajustes jogaram grande pressão sobre o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, que assumiu o cargo logo após uma crise política provocada também pelos altos preços.

A pressão se intensificou no início da semana, quando um recuo pontual das cotações internacionais do petróleo fez com que o diesel vendido pela estatal passasse um dia acima da paridade de importação, conceito usado pela política de preços da Petrobras que simula quanto custa importar os produtos.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer na terça (15) que, "com certeza", a estatal reduziria os preços para acompanhar a queda do petróleo.

Nesta sexta (18), a Petrobras divulgou um comunicado defendendo sua política de preços e afirmando ver ainda grande volatilidade no mercado, em um sinal de que não pretende ajustar os preços internos neste momento.

O governo tenta reduzir a pressão sobre os preços com a proposta de isenção de impostos federais sobre os produtos. Conseguiu também aprovar no Congresso mudanças no modelo de cobrança do ICMS, que poderia contribuir para baixar os preços.

Os estados, porém, buscam alternativas para minimizar a perda de receitas. Uma delas, defendida pelo governo do Rio de Janeiro, é corrigir pela inflação a média de preços dos últimos cinco anos, que vai balizar o imposto em um período de transição até 2023, quando o novo sistema de cobrança entra em vigor.

Segundo a ANP, o botijão de gás de 13 quilos foi vendido esta semana, em média, a R$ 112,54, alta de 9,9% em relação à semana anterior. Antes, o maior preço verificado pela pesquisa da agência havia sido R$ 105,62, já corrigido pela inflação, em outubro de 2021.

A pesquisa da agência encontrou o botijão mais caro do país, em Sinop, no Mato Grosso, a R$ 160.