Por obra de saneamento, 800 famílias devem ser removidas do Jacarezinho
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 800 famílias, que vivem na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, devem ser removidas de suas casas no segundo semestre deste ano. Os moradores terão que sair por causa de obras de saneamento em andamento nos rios Jacaré e Salgado que delimitam a região. As informações são da Agência Brasil.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, responsável pelo projeto, informou que o número de famílias que vivem em áreas de risco e deverão ser removidas é uma estimativa inicial e que as dimensões da faixa marginal de proteção vão variar. "Boa parte dos pontos invadidos estão a 2,5 metros da margem".
O órgão informou ainda que, nos próximos dias, técnicos do Estado vão visitar visitar cada imóvel para traçar o perfil socioeconômico dos moradores. O melhor modelo para indenizar as famílias, seja por reassentamento ou indenizações pelas benfeitorias, ainda será discutido com a comunidade, declarou o Inea.
Na segunda-feira (24), o instituto iniciou intervenções de limpeza e de desassoreamento, com retirada de entulhos e materiais que obstruem o escoamento natural dos dois rios. As obras fazem parte do Programa Cidade Integrada que o governo do Estado desenvolve no Jacarezinho e na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade.
Nos dois primeiros dias de limpeza e desassoreamento dos rios, a Secretaria de Estado do Ambiente e o Inea divulgam ter retirado 150 toneladas de resíduos. Para a empreita, com projeção de término em até 32 meses, estão projetados gastos de R$ 147 milhões.
O secretário do Ambiente, Thiago Pampolha, disse que o Programa Cidade Integrada foi planejado para garantir qualidade de vida e segurança ambiental para a população. A Secretaria do Ambiente e o Inea vão atuar para que os moradores não sofram mais com o impacto das chuvas na região, afirmou.
Além das obras do Cidade Integrada, continuam as ações de ocupação de território para combate ao tráfico de drogas no Jacarezinho, que também fazem parte do programa.
Na quarta-feira (25), policiais civis da 35ª Delegacia de Polícia (DP) apreenderam na comunidade cerca de 200 quilos de maconha. A droga foi localizada sob o telhado de um galpão abandonado nas proximidades do Campo do Abóbora, após levantamento de dados de inteligência. A ação teve apoio do Departamento Geral de Polícia Especializada e do Departamento Geral de Polícia da Capital.
Segundo o governador do Rio, Cláudio Castro, as ações operacionais conjuntas das polícias Militar e Civil no Jacarezinho e na Muzema, iniciadas há uma semana, "consolidaram a retomada de território nas duas comunidades e representam o primeiro passo para implantação do programa, além de garantir o direito de ir e vir de cerca de 50 mil moradores".
"A ação das polícias possibilitou as primeiras intervenções urbanas pelos setores da administração para viabilizar o Programa Cidade Integrada, cujo objetivo é levar desenvolvimento econômico e social às localidades", disse Castro.
Conforme dados do governo estadual, policiais militares e civis apreenderam em uma semana mais de 300 quilos de drogas, removeram 27 toneladas de concreto e ferro usados para obstruir vias públicas e prenderam 48 pessoas. O executivo estadual declara não ter disparado um tiro sequer na operação.
Nesse período, houve 34 ocorrências de repressão a atividades criminosas do tráfico e de milicianos que exercem influência em várias comunidades. Os policiais combatem também invasões de áreas sob proteção ambiental, construções clandestinas e comércio ilegal de gás de cozinha.
A ação integrada das forças de segurança contou na quarta-feira 1.300 policiais 800 militares e 500 civis. "O número de agentes nas comunidades foi reduzido após a retomada dos territórios. As ações são monitoradas diariamente em tempo real pelo Centro Integrado de Comando e Controle", informou o governo fluminense.

