MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - A polícia russa deteve ao menos 900 pessoas durante protestos contra a guerra na Ucrânia neste domingo (27). Os manifestantes foram às ruas em 44 cidades, segundo a ONG de monitoramento de violência estatal OVD-Info.

Desde o início da invasão do vizinho, na quinta (24), a entidade contabilizou mais de 4.000 prisões em todos os cantos do país. Na Rússia, protestos só são permitidos com autorização de prefeituras.

Os atos do domingo não foram muito volumosos, tendo ocorrido São Petersburgo e outras cidades, com a capital Moscou relativamente calma. Nela, a principal ponte que dá na praça Vermelha foi objeto de um protesto silencioso.

Há exatos sete anos, foi morto ali Boris Nemtsov, um ex-vice-premiê do governo Boris Ielstin que foi duro crítico do governo de Vladimir Putin. Um grupo de tchetchenos foi responsabilizado e preso pelo assassinato, que entidades de direitos civis atribuem ao Kremlin -que, por sua vez, nega.

Algumas pessoas deixaram flores em um ato silencioso, mas outras gritaram palavras de ordem e foram afastadas pela polícia.

O movimento contra a guerra enfrenta dificuldades nas ruas, dada a repressão que foi intensificada a partir dos atos contra a prisão do ativista Alexei Navalni, em 2021, mas floresceu em redes sociais e em declarações públicas. Celebridades, esportistas e intelectuais aderiram a protestos.

Fora da Rússia, há protestos enormes ocorrendo principalmente em cidades europeias, mas não só.