RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Policiais militares e bombeiros protestaram nesta terça-feira (22) em frente à sede do Governo do Rio Grande do Norte, em Natal, por aumento salarial. A categoria pede equiparação salarial com as demais forças de seguranças do estado.

Essa foi ao menos a segunda manifestação de policiais militares do estado no mês de março --a primeira ocorreu no dia 10. A categoria se reuniu com representantes do governo, que teriam pedido prazo até o dia 18 de março para dar uma resposta sobre o reajuste.

Segundo a ACS (Associação de Cabos e Soldados) da Polícia Militar, o governo se negou a conceder o aumento e, assim, novo ato foi convocado para esta semana.

Centenas de militares se reuniram em frente ao governo, sob o mote "Polícia unida jamais será vencida". "Soldado é profissional, soldado também é pai, soldado também é mãe, soldado tem família e obrigações, soldado MORRE e soldado da PM/RN tem o pior salário do país", dizia um dos cartazes.

De acordo com a Constituição de 1988, membros das Forças Armadas e policiais militares não podem fazer greve. A proibição foi estendida a policiais federais e civis em entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2017.

A justificativa é que, além de ser um serviço essencial, as forças de segurança têm um poder de coação muito maior do que outras categorias, o que pode representar uma ameaça à democracia em tempos instáveis.

"Nossas conquistas sempre foram fruto de muita luta. Só sairemos daqui da frente da governadoria quando estiver resolvida e atendida nossa reivindicação", afirmou em vídeo o deputado estadual subtenente Eliabe (SD), que vestia uma camisa do "Movimento cívico de apoio às forças policiais".

À tarde, o governo recebeu representantes das associações e apresentou à categoria uma proposta de antecipação de 4,58% já para o mês de abril. Segundo a administração estadual, a proposta antecipa em sete meses o acordo firmado com a categoria, que seria aplicado em novembro deste ano.

"Os representantes das associações requisitaram um estudo técnico junto com o Governo para poder construir outras alternativas de propostas que atendam a expectativa de reposição salarial das categorias. O Governo concordou, confirmando a manutenção da mesa de negociação, e buscará conciliar essa nova etapa com a disponibilidade financeira ofertada", diz nota do estado.

O protesto ocorre em meio a outras manifestações de policiais por aumento salarial em Minas Gerais. Nesta segunda-feira (21), integrantes das forças de segurança do estado fizeram o quarto ato contra o governo de Romeu Zema (Novo) em um mês.

Durante a manifestação desta terça-feira em Natal, um sargento da Polícia Militar teve um mal súbito e morreu. Luciel de Lima Rodrigues, 46, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

"Estamos consternados com o acontecido. Não esperávamos sermos atingidos por uma fatalidade tão dura durante nosso ato. Infelizmente o sgt Luciel saiu de seu lar, do conforto de sua casa para lutar por uma condição melhor para sua família e infelizmente foi acometido por este mal súbito e não resistiu", disse em nota o presidente da ACS, Roberto Campos.