SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal investiga a atuação da cúpula do Ministério da Justiça no processo de extradição do bolsonarista Allan dos Santos, ordenada em outubro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ministro cobrou esclarecimentos para saber se a ordem havia sido cumprida, e a PF pediu dados à pasta dentro do mesmo inquérito em que foi decretada a prisão do influenciador dono do canal Terça Livre.

De acordo com informações obtidas pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a polícia quer saber se houve algum tipo de ato criminoso por parte da cúpula do ministério no processo, para interferir ou atrasar o envio da documentação para os EUA.

O pedido de extradição de Moraes provocou a demissão da delegada Silvia Amélia, chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional), setor que cuida desse tipo de assunto dentro do Ministério da Justiça.

O chefe direto de Silvia era o secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini, de quem a PF quer saber qual foi a atuação nos autos.

O pedido de extradição chegou aos Estados Unidos e a cúpula da Justiça só teve acesso a essa informação em novembro, quando o trâmite já havia sido executado.

Aliados de Torres negam que Silvia tenha sido exonerada pelo fato de ter dado andamento ao processo e alegam que houve quebra de confiança e traição.

Colegas da ex-chefe do DRCI saíram em defesa dela nos bastidores. Eles afirmam que o departamento é um órgão técnico, pelo qual passam dezenas de questões sensíveis, que não deve ficar suscetível a pressões políticas e, por isso, o caso todo tramitou como deveria, sem que houvesse qualquer aviso.