SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de Paulo Mendes da Rocha ter doado o seu acervo para a Casa da Arquitectura, em Portugal, meses antes de morrer, o museu nos arredores do Porto anuncia agora as primeiras exposições em torno da obra do arquiteto.

Estão previstas duas mostras simultâneas a serem inauguradas em maio de 2023, ocupando os dois espaços expositivos da instituição, acompanhadas por atividades dentro e fora de Portugal. As exposições vão até outubro daquele ano.

A mostra maior será uma grande retrospectiva do trabalho de Mendes da Rocha a partir de uma leitura do acervo doado por ele, que engloba todo o material produzido durante a sua longa vida profissional, desde a década de 1950 do século passado até pouco antes da sua morte, em maio deste ano.

O acervo de 8.800 itens foi despachado para Portugal em setembro do ano passado. Dentro das caixas estavam cerca de 6.300 desenhos feitos à mão, 3.000 fotografias e slides, 300 publicações e um conjunto de maquetes feitas pelo próprio arquiteto. No total, os itens correspondem a mais de 320 projetos.

A curadoria dessa exposição é de Jean-Louis Cohen e de Vanessa Grossman, arquiteta brasileira radicada em Roterdã, e o projeto expositivo é de Eduardo Souto de Moura, arquiteto português vencedor do prêmio Pritzker há dez anos -Mendes da Rocha também venceu a honraria máxima da arquitetura em 2006.

No espaço menor do museu haverá uma exposição com curadoria da arquiteta brasileira Marta Moreira e do engenheiro português Rui Furtado. O conteúdo dessa mostra ainda não foi divulgado.

Em paralelo às exposições, um programa reúne debates, conferências e visitas a obras. Segundo a instituição, essa parte deve acontecer em seis países --Brasil, Portugal, Itália, Reino Unido, Estados Unidos e Japão.

A Casa da Arquitectura ocupa uma antiga vinícola em Matosinhos, nos arredores do Porto, e guarda um dos maiores arquivos históricos da arquitetura brasileira reunidos no mundo, rivalizando em peso e importância com coleções em São Paulo e no Rio de Janeiro.