SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pastor Silas Malafaia e o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) publicaram na tarde desta sexta-feira (8) vídeos em que criticam a demora para a aprovação do nome de André Mendonça para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Ambos destacaram que a promessa de um ministro "terrivelmente evangélico" para a corte foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que cabe apenas às lideranças evangélicas validarem essa indicação.

"Não fomos nós, líderes evangélicos, que pedimos ao presidente alguém para o STF. Antes das eleições, o presidente empenhou a palavra, decisão dele", afirmou Silas Malafaia.

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo classificou a demora na aprovação do nome do ex-advogado-geral da União como "safadeza" e disse que não adianta sugerirem "um pseudo-evangélico para botar na goela do presidente".

Malafaia ainda mirou no ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e no senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) —a quem chamou de inescrupuloso.

"Queria aproveitar e mandar uma mensagem também para o ministro Ciro Nogueira e para o líder do governo [no Senado], Fernando Bezerra, que ninguém vai enganar a comunidade evangélica. E que não adianta jogo debaixo dos panos para botar alguém de interesses porque não vai dar certo", disse Malafaia.

"Se tentarem barrar o André Mendonça, vai ter um outro que seja terrivelmente evangélico. E não vão ser vocês que vão dizer se A ou B é terrivelmente evangélico. Essa que é a verdade", seguiu.

O pastor ainda disse que o episódio não vai passar em branco e que irá alertar o povo do Amapá sobre Davi Alcolumbre. "Eu vou abrir a boca em qualquer lugar sobre qualquer candidatura sua porque é um absurdo, um absurdo o que estão fazendo", disse Malafaia no vídeo.

Com alguns minutos de diferença, o deputado Marco Feliciano, que também é pastor, publicou vídeo fazendo sua defesa de Mendonça.

"Tem algo muito estranho acontecendo, pessoal. Nada se fala publicamente, mas nos corredores do Poder, que têm ouvidos e vozes, eu soube que já há uma espécie de acordo para não aceitarem o nome do doutor André Mendonça. Eu tomei conhecimento que já existe, inclusive, um outro nome no páreo", disse o parlamentar.

Ele disse que "a esmagadora maioria desses líderes apoiam o nome de Mendonça" e contemporizou que, caso o ex-AGU não seja aprovado em sabatina do Senado, a palavra de Bolsonaro "não perde eficácia" e "a promessa não acaba".

"A cadeira continuará pertencendo a um terrivelmente evangélico. E este, seja quem for, só poderá ser reconhecido se for atestado não por A, não por B, não por partidos políticos, mas pelos mesmos líderes evangélicos que representam mais de 40 milhões de brasileiros", seguiu.

"Cuidado com o que estão fazendo porque nós evangélicos não somos palhaços", finalizou Feliciano.

Bolsonaro indicou Mendonça para substituir o ex-ministro Marco Aurélio em 13 de julho, mas o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ainda não pautou a sabatina. Na prática, isso trava a tramitação da indicação de Mendonça.

Para se tornar ministro do Supremo, André Mendonça precisará do apoio de 41 senadores, maioria absoluta do Senado.