SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que a decisão de Edson Fachin a favor do ex-presidente Lula (PT) "vem com três anos de atraso, mas desmonta a farsa que elegeu Bolsonaro". "Apesar de tardiamente, ganha a democracia", disse ao jornal Folha de S.Paulo.

Fortalecido pela eleição municipal de São Paulo no ano passado, quando terminou em segundo lugar, Boulos vinha se dedicando a costurar uma unidade para a esquerda em 2022. Ele afirmou que a decisão sobre Lula ser candidato agora depende do ex-presidente e do PT.

Na avaliação do líder do PSOL, a união dos partidos de esquerda não fica mais difícil com o nome de Lula no xadrez eleitoral –enquanto, para a maior parte das siglas de esquerda, a hegemonia do PT sempre foi um empecilho.

"Continuo trabalhando para uma mesa de unidade, uma mesa de salvação nacional, para que a esquerda chegue de forma unitária em 2022 e derrote Bolsonaro", disse.

Boulos avaliou ainda que a decisão de Fachin "livra Sergio Moro da suspeição", uma vez que o STF estava prestes a decidir se o ex-juiz da Lava Jato foi parcial em suas decisões sobre Lula.

Questionado sobre a decisão dar força eleitoral a Bolsonaro, que polariza com Lula, Boulos negou. "Não dá força para Bolsonaro, mas para a democracia brasileira", disse.