Pacheco diz que respeito entre Poderes evita lacração na internet e política agressiva
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
THIAGO RESENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta quarta-feira (15) que um ambiente de desagregação entre instituições prejudica o Brasil.
"Esse respeito entre os Poderes é fundamental para não se descambar para uma política que seja agressiva, que seja de ironia, de lacração na internet", afirmou Pacheco durante encontro anual do Movimento Pessoas à Frente, cujo objetivo é discutir formas de melhorar o Estado.
Principal incentivador dos atos de raiz golpista do 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro mudou de tom dois dias depois por meio da divulgação de uma carta alinhavada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
Nesta quarta, Pacheco disse que, para o país se desenvolver, é necessário respeito entre Poderes. "Não há caminho, não há reforma, não há lei que possa salvar o Brasil sem o ambiente de união", afirmou, durante o discurso de abertura do evento virtual.
Para o senador, os chefes de Poderes precisam ter consciência de qual o papel de cada instituição.
"Eu não sou presidente do Supremo Tribunal Federal nem o ministro Luiz Fux [presidente do STF] é presidente do Congresso Nacional. E tampouco nenhum dos dois é presidente da República. E também [que] o presidente da República não pretenda ser nem presidente do Supremo nem presidente do Congresso", declarou Pacheco.
Após atacar o STF com ameaças golpistas, Bolsonaro divulgou uma nota no dia 9 de setembro. No texto ele recua, afirma que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e atribui declarações ao "calor do momento".
No domingo (12), o presidente do Congresso já havia comentado a carta divulgada por Bolsonaro. "Guardo muita expectativa e confiança de que ela se perpetue como uma tônica entre as relações dos Poderes a partir de agora, porque isso é fundamental para o país", disse ele na ocasião.
No discurso ele listou reformas aprovadas pelo Congresso nos últimos anos, como a reforma trabalhistas e da Previdência, além da criação do teto de gastos -norma que impede o crescimento das despesas acima da inflação.
Pacheco também disse que há mais reformas a serem aprovadas, como a tributária e a administrativa, que muda as regras para o serviço público.