SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou nesta sexta (11) que não desobrigará a população da capital a usar máscara como proteção contra a Covid-19.

"Está comprovado que o uso da máscara ajuda a diminuir a transmissão, assim como lavar as mãos, o álcool em gel, o distanciamento social. Em São Paulo nós vamos cobrar e continuar na mesma linha de que o uso da máscara é importante, independentemente da posição do Ministério da Saúde. Aqui em São Paulo vamos orientar as pessoas a usarem máscaras", disse Nunes em evento para a entrega de leitos ao Hospital Municipal Guarapiranga (zona sul).

Presente no evento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a dizer que o governo federal realizará estudos para flexibilizar o uso de máscaras por vacinados contra a Covid-19 e recuperados da doença.

"Eu já comentei a respeito das máscaras. Todos já sabem as nossas posições. O nosso presidente da República solicitou que fizéssemos estudos. O presidente tem acompanhado o ritmo da velocidade da vacinação no Brasil, no mundo, em países que alcançaram a cobertura ampla, e já assistimos à flexibilização do uso de máscaras", disse.

Questionado sobre se é o caso do Brasil, Queiroga disse: "Será o caso do Brasil, e estamos estudando para ter posições sólidas e nos anteciparmos em relação a todas as medidas que devem ser colocadas no enfrentamento à pandemia".

Na quinta à noite, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que Queiroga estava preparando um "parecer visando desobrigar" o uso de máscara por pessoas imunizadas contra a Covid ou que já haviam sido infectadas pelo coronavírus. Nesta sexta-feira (11), porém, disse que caberá a seu auxiliar, a prefeitos e a governadores dar a palavra final sobre o assunto.

Durante discurso nesta sexta em São Paulo, Queiroga afirmou também que Bolsonaro se empenha para ter 160 milhões de brasileiros acima de 18 anos vacinados até o final do ano.

"O governo federal já tem mais de 630 milhões de doses contratualizadas. Prometeu acelerar a campanha de vacinação. No mês de junho teremos ao menos 30, 40 milhões de doses de vacina, haja vista que as vacinas são frutos de negociação bilateral entre o Ministério da Saúde e as indústrias farmacêuticas."

O ministro prometeu 100 milhões de doses da vacina da Pfizer até setembro e a mesma quantidade até dezembro.

NOVOS LEITOS EM SP

O Hospital Municipal Guarapiranga recebeu 65 novos leitos —30 de UTI e 35 de enfermaria— para o enfrentamento à pandemia. Desde sua inauguração, em 5 de maio de 2020, já foram realizadas no hospital mais de 3.680 internações.

O Hospital Municipal Guarapiranga recebe pacientes graves de Covid-19, com a necessidade de intubação. No total, tem 190 leitos de UTI e 69 de enfermaria.

Os novos leitos estarão disponíveis a partir de segunda-feira (14).

O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que já enviou ao Ministério da Saúde a requisição para que os novos leitos recebam verba federal, assim como os leitos já existentes. Enquanto isso, eles serão custeados pela prefeitura.

Até 26 de junho serão inaugurados na cidade mais 250 leitos Covid-19. "Acabamos de fazer uma análise com nossos técnicos e percebemos que ainda há uma tendência de crescimento de casos na cidade, mas numa curva desacelerada. Aquilo que a gente imaginava, de ter um pico de ocupação de leitos por volta de 17 de junho, se transferiu para 25, 26 de junho. Pela primeira vez na cidade, estamos com os leitos Covid e não Covid muito cheios", disse o secretário.