Nível do Cantareira chega a 27,3%, volume mais baixo desde março de 2016
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sexta-feira, 12 de novembro de 2021
LETÍCIA MUTCHNIK
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - O Sistema Cantareira chegou nesta sexta-feira (12) ao pior índice desde março de 2016, ao registrar nível de 27,3%, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Há quase seis anos, o manancial marcava 26,7%, no dia 4 de março.
O reservatório sofreu uma nova queda nesta última semana de 1,1 ponto percentual. No dia 5, marcava 28,4%.
Segundo Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental, do Instituto de Energia e Ambiente, da USP (Universidade de São Paulo), a situação atual é preocupante.
"Mas está de acordo com as previsões climáticas, com o retorno das chuvas no início da primavera. Só que essas chuvas vão diminuindo com a proximidade do verão. Como já temos novamente o La Niña atuando, o total de chuvas no período primavera verão será com um volume abaixo da média climática", explica.
Segundo ele, a situação de estiagem se manterá até a metade do ano. Depois, haverá certa recuperação, mas ainda demandará atenção.
Os dados apontam que as chuvas ainda não atingiram nem um quarto do esperado para o mês, apesar de estar quase na metade de novembro. A média histórica para o mês é de 149 mm, mas até agora só foram registrados 28,6 mm.
O pior momento da crise hídrica foi no dia 2 de fevereiro de 2015, quando a Sabesp registrou nível em -24,98% no Cantareira. "Na prática, quase 25% abaixo do zero (que é o nível mínimo para captação de água em uma situação normal). Se fosse temperatura, estaríamos nesse dia com 25 abaixo de zero", diz.
Veja o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp:
Alto Tietê: 38,9% (-0,8% em relação à semana passada)
Guarapiranga: 50% (-1,2%)
Cotia: 42,9% (-2,4%)
Rio Grande: 82% (-1,6%)
Rio Claro: 44,8% (+0,4%)
São Lourenço: 68,1% (-0,8%)