<p>SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Colonização do Brasil, amor, morte, alfândega, procedimentos cardíacos, moradia sob risco e até o comportamento das formigas. Embora esses temas pareçam distantes um do outro, formam, juntos, a esfera artística na qual a performer e escritora Elisa Band vem trabalhando há mais de quatro anos.

</p><p>"O que esses elementos tão diferentes têm em comum é a nossa tentativa de lidar com nossos desencaixes, de tentar inventar jeitos possíveis de viver quando a vida parece impossível", afirma a artista.

</p><p>O espetáculo "Nica" estreia nesta quarta-feira (5), em formato online, e promete retratar "rotas alteradas e caminhos desviantes" a partir de um depoimento pessoal sobre "um cateterismo" que envolve —e associa— as diferentes temáticas.

</p><p>A peça, que será transmitida ao vivo pelo YouTube e Instagram do Sesc paulista, mescla ficção e realidade, oscila entre humor e acidez, inclui performances de dança e música e joga luz sobre "manifestações do extraordinário contidas dentro do banal", de acordo com Band.

</p><p>"Nica" retrata histórias cotidianas que, de maneira inesperada, se transformam a partir de situações que fogem do controle do imaginário individual. Segundo Band, a peça é, em linhas gerais, uma grande celebração da vida.

</p><p>"Esse trabalho vem sendo gestado há alguns anos e passou por três momentos em sua criação", conta Band, que é a diretora, dramaturga e atriz da peça.

</p><p>Há cinco anos, a artista morou na Alemanha, onde estudou na Akademie Schloss Solitude, e deu inicio a um processo investigativo para criar um espetáculo solo. Mas foi só dois anos depois que ela retomou as dinâmicas de trabalho ao redor disso.

</p><p>"Desde então, tenho trabalhado no desenvolvimento dessa criação, e em 2021, dentro de um laboratório de criações autorais, conduzido por Daniele Avila Small, dei corpo ao espetáculo", afirma.

</p><p>A preparação da peça, então, ocorreu completamente em meio à pandemia do novo coronavírus, o que fez Band, assim como grande parte dos artistas brasileiros, se adaptar ao novo contexto e formular uma apresentação online, longe dos tradicionais palcos e plateias lotadas.

</p><p>Desde a chegada da pandemia, no ano passado, as peças de teatro encenadas virtualmente começaram a se difundir pelo país e vem transformando o setor.

</p><p>"A vontade de se apresentar num espaço físico, com pessoas, continua enorme, e a internet não substitui a presença física, mas isso é o que temos para hoje", afirma Band. "E, dentro desse contexto, é possível descobrir muitas potencialidades de criar uma obra cênica na internet."

</p><p>Segundo ela, a diversidade de enquadramentos, de som e de iluminação, além do uso da câmera enquanto uma ferramenta de aproximação e distanciamento do ator, são grandes vantagens a serem exploradas nesse momento pelos profissionais do teatro.

</p><p>O cenário da peça é a própria casa de Band. E o nome, "Nica", foi escolhido pela artista como uma forma de homenagear sua mãe, de 83 anos.

</p><p>A trilha sonora do espetáculo será executada ao vivo pelo músico Peri Pane, autor dos três volumes do disco "Canções Velhas para Embrulhar Peixes".

</p><p>Ao final da apresentação de "Nica", a equipe da peça abre um bate-papo com Daniele Avila Small, pesquisadora em artes cênicas que colaborou com a direção do espetáculo. Os espectadores que quiserem fazer perguntas as poderão enviar pelo chat.

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</p><p>NICA

</p><p>Quando 5 de maio de 2021, às 19h

</p><p>Onde YouTube do Sesc SP e Instagram do Sesc SP

</p><p>Preço Grátis

</p><p>Dramaturgia, direção e atuação Elisa Band</p>