BRASILIA, DF (FOLHAPRESS) - Em vídeo transmitido em um fórum empresarial dos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seu governo não promoverá neste ano "excesso de gastos" ou "irresponsabilidade fiscal".

Bolsonaro também disse no vídeo que a necessidade de controlar a inflação não deve permitir neste ano um crescimento econômico no mesmo patamar do registrado em 2021, quando o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 4,6%.

"A necessidade de controlar a inflação nos dificulta alcançar o mesmo resultado este ano", declarou Bolsonaro.

O vídeo gravado foi veiculado no Fórum Global de Negócios da América Latina.

O evento é liderado pelo xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos.

"Sabemos que não há crescimento sustentado sem pleno controle da inflação. Estamos trabalhando com a cautela necessária para garantir a continuidade do crescimento ao longo dos próximos anos", acrescentou Bolsonaro.

O discurso do presidente brasileiro foi divulgado por um site bolsonarista.

"Estejam seguros, não haverá excesso de gastos nem irresponsabilidade fiscal."

As declarações do mandatário ocorrem em meio ao avanço de preços. A última previsão do mercado, medida pelo boletim Focus do Banco Central, é de uma variação no IPCA (Índice de Preços no Consumidor) que deve fechar este ano em 6,59%.

No ano passado, o índice acumulou avanço de 10,06%.

Além do mais, Bolsonaro tem demandado iniciativas em busca de uma agenda popular às vésperas do calendário eleitoral. Entre as prioridades, estão ações que possam representar uma resposta à escalada da inflação.

No domingo (20), a Folha mostrou que medidas adotadas ou em preparação neste ano pelo governo e Congresso com o objetivo de reduzir impostos em diferentes frentes vão gerar um custo de pelo menos R$ 54,2 bilhões para União, estados e municípios.

Além de estudos sobre um possível novo corte do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), a classe política pressiona a equipe econômica por medidas voltadas aos combustíveis.

Na semana passada, Bolsonaro anunciou ainda um amplo pacote de medidas para liberar mais de R$ 150 bilhões em recursos a trabalhadores e aposentados em ano eleitoral.