SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vende mais de 3.000 bonés por mês, em média, nas 28 lojas do Armazém do Campo, que comercializam em 13 estados e no Distrito Federal os produtos provenientes dos assentamentos.

O movimento estima que os números sejam ainda maiores, já que a confecção e a venda dos itens é descentralizada e também acontece fora das lojas do Armazém do Campo.

Os bonés viraram motivo de polêmica nas redes sociais após uma usuária criticar as pessoas que os utilizam sem fazer parte do MST, como "acessório de balada".

O movimento diz avaliar positivamente o uso dos bonés por diferentes grupos sociais, pois expressa apoio e dissemina a causa.

"Nós nos orgulhamos quando vemos pessoas que não são do MST utilizando os nossos símbolos, nossos bonés, camisetas e bandeira. Sabemos que utilizar esses símbolos é assumir um compromisso na sociedade e dizer ocupa tudo, é dizer pedagogicamente que as conquistas só são arrancadas através da luta e da organização", disse Kelli Mafort, da direção nacional do MST, ao site oficial do movimento.

Desde o início do debate nas redes sociais, no começo da semana, o site do Armazém passou a vender 300 bonés por dia. O item custa R$ 25 no modelo clássico.

O MST registra crescimento de 50% na venda do produto desde o final de 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro (PL). Em 2021 houve crescimento de 20% na demanda.

O movimento diversificou os bonés e hoje conta com dez modelos voltados para diferentes públicos, como jovens urbanos (aba reta), LGBTQIA+ (com cores do arco-íris). Na próxima semana será lançado um modelo para crianças.