SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro, afirmou neste sábado (12) que terá palanques no estado de São Paulo, mesmo com a retirada de candidatura do deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei, na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

O partido anunciou na terça (8) que acatou a desfiliação do parlamentar, alvo de processo de expulsão da legenda após o vazamento de áudios sexistas sobre as mulheres na Ucrânia.

"Não vai faltar espaço em São Paulo. Esse palanque será construído. Ou vai ser um candidato próprio, ou vamos apoiar alguém", afirmou Moro à Folha.

Moro participou em São Paulo de evento organizado pelo Podemos Mulher. Nele, voltou a defender o nome da presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu, para concorrer ao Governo de SP.

"É uma proposta de colocar uma candidatura feminina para SP. É uma proposição que estou fazendo, estou colocando o nome dela. Mas isso vai ser decidido pelo partido no momento apropriado, ainda é muito cedo", disse.

"A disputa em SP é o clube do bolinha, só tem candidatos homens. Precisamos de mais mulheres na política", continuou.

A própria Renata não descarta a possibilidade, mas afirma que essa decisão será conjunta com o partido e só começará a ser discutida em abril.

"Se for necessário para ajudar a candidatura nacional, vamos avaliar, de fato. Há chances", diz ela.

Segundo a parlamentar, há muitas variáveis para serem discutidas sobre a possibilidade. "A grande missão é a eleição de Sergio Moro, então preciso rodar o Brasil junto com ele e, naturalmente, uma candidatura me prenderia em SP. Você ganha força aqui, mas perde de outro lado", continuou.

A deputada também minimizou a falta de candidatos para concorrer aos governos estaduais. "Tenho a visão que presidente elege governador, mas governador não elege presidente. Essa eleição nacional vai para além dos palanques regionais."

O ex-ministro voltou a defender a unificação de candidatos da chamada terceira via.

"Isso é mandatório, é importante. Independentemente disso, temos que ter alternativas a essa polarização dos extremos, ninguém está satisfeito com essa possibilidade. Se tiver união, fica mais fácil", diz ele, que afirma seguir em contato com demais pré-candidatos, como Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB).

O episódio do deputado Arthur do Val não foi nenhuma vez mencionado ao longo do evento. À Folha Moro diz que o evento tem o intuito de valorizar as mulheres e que é preciso que os homens levantem suas vozes para criticar esse tipo de comportamento masculino.

"Chega de dar aquela risadinha, de ficar naquele silêncio constrangido. É preciso criticar esse comportamento", disse.