BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ordenou o trancamento das investigações contra o delegado Felipe Leal em andamento no Ministério Público Federal.

Leal era responsável pelo inquérito sobre a suposta interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal denunciada pelo ex-juiz Sergio Moro ao pedir demissão do Ministério da Justiça.

O delegado foi afastado da investigação pelo próprio Moraes após a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, revelar que ele pretendia apurar atos do atual diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.

Após o afastamento, o Ministério Público Federal abriu uma apuração sobre possível abuso de autoridade praticado pelo delegado e um procedimento para investigar se ele praticou algum ato de improbidade.

Sobre a investigação no MPF-DF, que pediu compartilhamento de informações da investigação sobre interferência de Bolsonaro ao STF, Moraes afirma que não há "quaisquer elementos que indiquem a presença de conduta dolosa" do delegado que possam caracterizar improbidade.

"Na presente hipótese não estão presentes os requisitos necessários para o compartilhamento solicitado pelo órgão do MPF nestes autos, uma vez que ausente qualquer justa causa para o início da investigação por ato de improbidade administrativa", diz a decisão.

No caso do suposto abuso de autoridade, diz a decisão, não há indício real de "fato típico praticado" pelo investigador ou qualquer indicação dos "meios que o mesmo teria empregado" e o "malefício que produziu".