RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou um inquérito civil para apurar eventuais responsabilidades na queda de dois ônibus em um rio durante as chuvas que devastaram Petrópolis (RJ) no último mês.

Dois veículos da empresa Petro Ita caíram no rio Quitandinha durante o temporal de 15 de fevereiro, deixando diversos mortos e feridos.

Segundo relatos, o motorista de um dos ônibus decidiu amarrar o veículo em um poste para que ele não fosse levado pelas águas. No entanto, durante a chuva, a corda se rompeu e o veículo foi arrastado para dentro do rio.

Nas redes sociais, circulou um vídeo de pessoas andando em cima dos ônibus, tentando escapar da força das águas. O veículo virou e os passageiros acabaram carregados pela correnteza.

O Ministério Público requisitou que a secretaria de Defesa Civil informe se havia agentes da pasta próximos ao local do incidente, controlando o acesso de veículos à rua Washington Luís.

A promotoria também solicitou os protocolos da viação Petro Ita no que se refere a situações de pânico e incêndio, além da indicação de quem eram os motoristas e cobradores dos referidos ônibus.

Segundo o MP-RJ, o objetivo do inquérito é coletar informações, depoimentos, documentos e realizar outras diligências para subsidiar eventual ajuizamento de ação civil pública.

Até a tarde desta quinta-feira (3), a Polícia Civil contabilizava 232 mortes após o temporal, sendo 138 mulheres e 94 homens --entre as vítimas há 44 menores de idade.

Nesta quinta, 150 militares realizaram trabalho de buscas no morro da Oficina, na Chácara Flora e ao longo do rio Quitandinha. Cinco pessoas ainda estão desaparecidas.

A Secretaria de Assistência Social mantém o atendimento a 1007 pessoas que perderam suas casas. Até o momento, mais de 2.200 mil vistorias estão em andamento com equipes formadas por engenheiros, geólogos e técnicos.