SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil tem hoje o 11º maior mercado fonográfico do mundo, atingindo R$ 2,1 bilhões de faturamento em 2021, o que representa quase que o dobro do valor de três anos, na comparação com 2018, e um crescimento de 32% em relação ao ano anterior. Os dados foram revelados pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) nesta terça (22).

Esse crescimento foi novamente puxado pelo aumento das receitas do streaming, que subiram 34,6% em relação a 2020, chegando a R$ 1,8 bilhão, e hoje representam 85,6% de todas as receitas do setor. A distribuição de música gravada em áudio e vídeo nas plataformas de streaming representou 99% do somatório das receitas de vendas físicas e digitais em 2021, contra 98,7% do ano anterior.

Dentro do streaming, a principal razão do aumento das receitas é o maior número de assinantes pagos, que geravam R$ 661 milhões em 2019, passaram a R$ 848 milhões em 2020 e agora chegam a cerca de R$ 1 bilhão em 2021. O faturamento do streaming gerado por publicidade também cresceu até chegar a R$ 318 milhões, com crescimento de 35% em relação a 2020. As receitas com publicidade em videoclipes, em plataformas como Youtube e Vevo, entre outras, subiram 56% no ano, atingindo R$ 403 milhões.

A segunda fonte de receita mais importante da música no Brasil, ainda longe do streaming, são os direitos de execução pública, aqueles arrecadados pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), com pouco mais de 13% do total. Essa receita, que era de R$ 278 milhões em 2019, caiu para R$ 235 milhões em 2020, com a falta de shows na pandemia, e agora volta a se recuperar, chegando a gerar R$ 280 milhões em 2021.

A pesquisa, feita no Brasil pela Pro-Música, volta a ser divulgada depois dos dois anos de ausência durante a pandemia, e revela que a indústria fonográfica continuou crescendo no período de crise e isolamento social. Também revela que o streaming se tornou ainda mais dominante no mercado.

"Seguindo a tendência dos últimos anos no mundo e no Brasil, a distribuição de música por streaming segue como o principal modelo de negócio do setor fonográfico, já representando quase 86% do faturamento geral, seguida de longe, pelos direitos de execução pública, com pouco mais de 13% dos valores totais do mercado", diz em comunicado Paulo Rosa, presidente da Pro-Música Brasil.

A pesquisa mostra que as vendas em mídia física representaram só 0,6% do total das receitas da indústria fonográfica, totalizando R$ 12,2 milhões --apesar do crescimento de 139% em relação a 2020. Os CDs foram o formato mais comercializado no ano passado, gerando quase R$ 7 milhões. Em seguida, vêm os DVDs (R$ 2,8 milhões) e os vinis (R$ 2,3 milhões).

O crescimento da indústria fonográfica no Brasil reflete o que acontece no resto do mundo. Em 2021, o mercado global de música gravada cresceu 18,5%, também graças ao aumento, neste caso de 21,9%, nas assinaturas pagas nas plataformas de streaming de áudio. O total de assinantes no fim do ano ao redor do mundo foi de 523 milhões de pessoas.

Em relação ao resto do mundo, segundo os dados da IFPI, o Brasil é o 10º país que mais fatura com streaming, e o 8º que mais gera dinheiro com execução pública.