SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Por mais que ainda tenham de trabalhar juntos, o ex-casal Melinda French e o cofundador da Microsoft Bill Gates não podem ser considerados amigos. Foi isso o que revelou a ex-mulher do empresário em entrevista ao canal CBS. "A relação é amistosa, mas 'amigo' é uma palavra forte para mim." Ambos se separaram em maio de 2021 após 27 anos de união.

Os dois são copresidentes da Gates Foundation, uma organização filantrópica e de pesquisa sem fins lucrativos que foi fundada por eles. "Eu acredito nessa instituição. Acredito no que fazemos. Meus valores estão nessa base. Acho que isso sempre nos fez melhores", disse ela.

Sobre a relação de proximidade com o ex, disse não considerar uma tarefa fácil. "Não vou dizer que foi fácil, mas conseguimos. No meu caso, tive dias em que caí no choro uma hora antes de ter uma reunião virtual ou fiquei com raiva, mas superei e trouxe a minha melhor versão", comentou à apresentadora Gayle King, do CBS Mornings.

A separação, segundo ela, foi muito dolorosa. Por algum tempo ela se perguntava "como pode ser isso? Como posso me levantar? Como vou seguir em frente?".

Nos anos 2000, Bill teve um caso extraconjugal com uma colaboradora de sua empresa e essa lembrança veio à tona durante a entrevista. "Certamente acredito em perdão, então pensei que tínhamos trabalhado com isso. Não foi um momento ou uma coisa específica que aconteceu. Chegou um momento em que havia o suficiente para perceber que não era saudável e não podia confiar no que tínhamos", comentou.

Porém, quando questionada sobre os relatos de que Bill mantinha outros casos fora do casamento, preferiu se esquivar. "Essas são perguntas que o Bill precisa responder."

Melinda ainda contou que não gostou de uma aproximação do então marido com Jeffrey Epstein, pedófilo condenado que morreu na prisão em 2019. Esse foi um dos motivos do divórcio.

"Não gostei que ele tivesse reuniões com Jeffrey Epstein, não. Deixei isso claro para ele", disse antes de explicar como foi o dia em que conheceu Epstein. "Eu queria ver quem era esse homem e me arrependi desde o segundo em que entrei pela porta. Ele era a personificação do mal, tive pesadelos com isso depois."

Melinda é atualmente uma das mulheres mais ricas do mundo com um fortuna avaliada em US$ 11 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg. Bill, antes da separação, era considerada a quarta pessoa com mais dinheiro no planeta com quantia avaliada em US$ 130 bilhões.

Em maio de 2021, Bill e Melinda anunciaram que vão terminar seu casamento de 27 anos, pondo em dúvida uma parceria que reformulou a filantropia moderna e apoiou uma das principais respostas privadas à pandemia de Covid-19.

O casal revelou a decisão em uma nota curta em suas contas em redes sociais, na qual disseram que o destino de seu casamento não afetaria o trabalho da fundação, a maior organização beneficente privada do mundo.

O casal aplicou grande parte de sua fortuna na Fundação Bill e Melinda Gates, que busca melhorar o atendimento de saúde e reduzir a pobreza no mundo. Trabalhando com Warren Buffett, eles também promoveram a organização Giving Pledge como uma maneira de empresários ricos doarem uma boa parte de sua fortuna enquanto vivos.

Melinda é conhecida como a mulher mais poderosa na filantropia, enfocando seu trabalho nos direitos das mulheres e meninas, do planejamento familiar à saúde materna. Ela também fundou em 2015 uma empresa de investimentos chamada Pivotal Ventures, para apoiar grupos que prometem promover avanços sociais

Seu trabalho em saúde e desenvolvimento também fez deles figuras influentes no financiamento do desenvolvimento de vacinas e no debate sobre o combate à mudança climática. Bill publicou recentemente um livro intitulado "How to Avoid a Climate Disaster" (Como evitar um desastre climático).

O casal se conheceu em 1987, logo depois que Melinda entrou para a Microsoft. Em um documentário da Netflix de 2019, Melinda lembrou que Bill escreveu uma lista de prós e contras do casamento em um quadro-branco antes de pedir sua mão.