SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Foi com um hit seguido do outro que Matuê envolveu o público do Lollapalooza na tarde desta sexta (25), no palco Adidas, num dos show mais importantes de sua carreira --mesmo no dia menos badalado do festival, a pista estava cheia.

A apresentação foi um teste para a carreira do cantor nascido em Fortaleza. Nos últimos anos, ele conquistou espaço no trap --vertente mais pop do rap--, com músicas num estilo mais praiano, "bon vivant", e cheias de sarcasmo. Ter se saído bem diante de uma plateia que não é a sua habitual e em um festival importante no circuito nacional mostra a dimensão do seu sucesso.

As músicas "Máquina do Tempo", do disco homônimo de 2020, e o single "Banco", de 2019, foram as que mais levantaram o público. Todo o seu setlist, aliás, foi cantado por seus fãs em coro, que 40 minutos antes do show já entoava partes das canções --misturados às ofensas, estas mais energéticas, gritadas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Carolina Brandão, 25, fã do cantor, disse durante o show que a produção do evento subestimou a popularidade do rapper. "Matuê devia estar no palco principal, no sábado [dia principal do festival]. Ele é gigante, olha como o show está lotado mesmo às 14h45 em uma sexta!".

O show começou com um áudio do Chorão, ex-vocalista do grupo Charlie Brown Jr., morto em 2013, seguida da música "Máquina do Tempo". Ela usa um sample de uma música de 2011 do grupo de rock santista, "Como Tudo Deve Ser".

"Quer Voar", single do ano passado, foi mais uma cantada aos berros do início ao fim e com direito a a repetição de versos, fazendo com que a canção, de pouco mais de três minutos, durasse o dobro.

Antes de ir para última musica, "777-666", de "Máquina do Tempo", o cantou afirmou que "por problemas na programação do festival" iria terminar o espetáculo.