SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O marco dos dez anos da desocupação do Pinheirinho, no sábado (22), será mais um fator de desgaste para o PT em sua aproximação com Geraldo Alckmin.

Com a lembrança, o partido já começa a ser cobrado por aliados e apoiadores para explicar o flerte com o ex-tucano que era governador de SP quando aconteceu a reintegração de posse em São José dos Campos, que ficou marcada por denúncias de violações de direitos humanos por PMs contra as 1.600 famílias no terreno.

Os 2.000 PMs mobilizados na ação detiveram 32 pessoas, das quais nove ficaram presas. Os feridos foram dez, segundo informações oficiais.

O terreno pertencia à massa falida do grupo Selecta, do investidor Naji Nahas.

Diversos parlamentares do PT, como Eduardo Suplicy e Adriano Diogo, tiveram papéis importantes na ocasião, ajudando a amplificar as demandas da comunidade e a denunciar os abusos.

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) promoverá uma série de eventos sobre a data. Alckmin será alvo de repúdio nos atos, afirma Guilherme Boulos (PSOL), líder do MTST.

"O Pinheirinho foi um massacre, e ele foi o responsável por ordenar o ataque àquelas famílias. A história não pode ser esquecida", afirma Boulos, que chegou a ser espancado por guardas municipais e preso na ação. O PSOL deve apoiar Lula nas eleições presidenciais, mas é crítico à ideia de Alckmin como vice.

Na sexta (21), o MTST realizará um ato na ocupação Nova Canudos, na zona norte de São Paulo. Boulos e Valdir Martins (Marrom), liderança da ocupação, tomarão a frente. Ivan Valente (PSOL) e Eduardo Suplicy foram convidados.

O vereador diz que ainda não sabe se poderá comparecer devido a outros compromissos e a dificuldades de transporte (encontra-se em Ubatuba, sem carro), mas afirma que concorda com o ato e enviará manifestação de apoio, em todo caso.

No sábado (22), em São José dos Campos, haverá o lançamento de documentário sobre o Pinheirinho.