SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil realiza uma grande operação para prender criminosos envolvidos em assaltos e furtos na capital paulista, com a participação das oito delegacias seccionais da cidade, além de grupos especiais da instituição. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) não informou o total de mandados de prisão, expedidos pela Justiça, que são cumpridos na cidade.

Até a publicação desta reportagem, foi apurado que ao menos sete criminosos já haviam sido presos na região da 3ª Seccional, responsável pela zona oeste de São Paulo, e outros dois na área da 1ª Seccional, no centro. Os resultados finais da operação serão divulgados pela SSP no fim da tarde desta terça.

Com mais de 1.000 agentes de segurança, em 460 viaturas, a Polícia Civil também verifica comércios onde são vendidos e comprados celulares, para checar a origem dos aparelhos --principal alvo de bandidos nas ações criminosas, que em alguns casos terminam em mortes.

No estado, segundo a SSP, foram registrados ao menos 39.681 boletins de ocorrência, em que celulares foram levados por criminosos, entre janeiro e agosto deste ano. Isso representa 26,9% dos 147.214 roubos em geral identificados pelas polícias Civil e Militar no período.

Comparando com os 36.578 boletins, em que celulares constam como levados por bandidos no período, houve aumento de 8,4% neste tipo de assalto nos municípios paulistas.

Dados da pasta também indicam que o número de pessoas assassinadas na capital paulista, em assaltos, subiu de 31, entre janeiro e agosto do ano passado, para 38 no mesmo período deste ano, uma alta de 22,5%. Nos sete primeiros meses de 2021, a zona sul concentrou mais da metade dos latrocínios na cidade, ainda de acordo com dados da SSP.

O analista criminal Guaracy Minguardi, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) disse ao Agora, na semana passada, que dois fatores podem contribuir para o aumento dos latrocínios na capital paulista: a facilidade para se realizar transferências bancárias, por meio do Pix e a ação de criminosos que acabam se atrapalhando na ação e matam a vítima.

"De qualquer forma, este tipo de crime aumentou. Acredito que isso tenha relação com o Pix e a inexperiência de bandidos mais jovens. O ladrão, digamos que experiente, assim categorizado, evita matar a vítima, para não chamar atenção da polícia e virar prioridade em investigações", afirmou.

Os furtos em geral também aumentaram na cidade, entre janeiro e agosto, de 112.358 para 113.807, representando 1,2%. Os furtos de veículos subiram de 18.139 para 22.250 (22,6%) e os roubos de carga aumentaram 2,3%, de 1.865 para 1.909. Os dados são da pasta da Segurança estadual.

Além das delegacias seccionais, ligadas ao Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital Paulista), participam da operação agentes do Garra (Grupo Armado de Repressão A Roubos), GER (Grupo Especial de Reação), Dope (Departamento de Ações Policiais Estratégicas), e agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Outra ação de grande porte A Polícia Civil prendeu uma mulher chamada de "Abelha Rainha", na manhã da última sexta-feira (24), suspeita de fornecer drogas, além de comercializá-las, na cracolândia, centro da capital paulista. Ela é apontada como uma das líderes do tráfico no local.

O apelido da mulher é uma referência à metáfora de uma colmeia de abelhas, usada por dependentes da região para ilustrar quando usuários se confrontaram com agentes de segurança para proteger a "feira da droga" que acontece na cracolândia

Além da mulher de 51 anos, que segundo investigações da 1ª Delegacia Seccional do centro vende e fornece drogas na região há cerca de 20 anos, outros cinco suspeitos de tráfico também foram detidos. A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem.