SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez desde o início da pandemia, mais da metade dos hospitais estaduais de São Paulo não tem paciente internado com Covid. A situação é reflexo de quedas contínuas das hospitalizações pela doença: pela 22ª semana consecutiva, o número de internações pelo coronavírus no estado segue diminuindo.

Segundo os dados desta quarta-feira (17), apresentados pelo governador João Doria (PSDB), dos 66 hospitais estaduais paulistas, 37 não tinham pacientes com Covid internados em leitos de UTI ou enfermaria.

Ao todo, o estado tem atualmente 1.212 pessoas com a doença em leitos de UTI. No ano passado, durante a primeira onda da pandemia, São Paulo chegou a ter mais de 13 mil pacientes com Covid internados em unidades intensivas. Em maio deste ano, pessoas chegar a morrer na fila de espera por leito.

"A melhora desse índice é fruto do que sempre defendemos, a vacina. São Paulo já imunizou 92% de sua população adulta, é isso o que nos traz a esses indicadores", disse Doria.

Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, afirmou que, com a queda das internações por Covid, os hospitais voltam a empenhar esforços para retomar as consultas e procedimentos que foram afetados durante a pandemia.

"Temos 56% dos hospitais estaduais sem paciente de Covid em leitos de UTI ou enfermaria, assim essas unidades podem acolher pacientes de outras doenças para procedimentos que foram represados", disse.

Apesar da melhora dos indicadores, o governador não anunciou a flexibilização do uso de máscara, como havia sinalizado que poderia ocorrer. Desde que a vacinação foi acelerada no estado, Doria tenta retirar a obrigatoriedade do uso, como já ocorreu em outros locais do país.

A medida, no entanto, ainda não é aconselhada pelo comitê científico. O grupo defende que o fim da obrigatoriedade só ocorra quando São Paulo chegar a 75% da população do estado vacinada, menos de 1.100 novos casos registrados por dia e abaixo de 300 internações diárias. Além disso, será preciso atingir a meta de até 50 óbitos diários.

Atualmente, o estado tem 83,6% da população com ao menos uma dose da vacina e 72,1% com a imunização completa. São Paulo é o estado com a vacinação mais avançada do país.

Apesar de já ter alcançado os números esperados na imunização, o estado ainda não chegou aos parâmetros esperados nos outros indicadores. Atualmente, está com média móvel de 1.396 novos casos por dia e 336 internações diárias.

O uso das máscaras é obrigatório em São Paulo desde maio do ano passado, em espaços abertos e fechados. Doria já chegou a dizer que a flexibilização poderia ocorrer a partir de 1º de dezembro.

Por lei, o uso das máscaras é obrigatório em São Paulo até 31 de dezembro. Segundo Doria, a liberação será feita de forma escalonada.

Mesmo diante do arrefecimento da pandemia, especialistas alertam para a importância de manter o uso da máscara em ambientes com aglomeração.

Isso porque há evidências robustas de que a Covid-19 é transmitida principalmente pelo ar. A infecção se dá pela inalação de pequenas partículas expelidas pela pessoa doente, ainda que assintomática.

O fim da obrigatoriedade de máscaras em alguns ambientes já foi decretado em outros locais do país. Nesta quarta, a Prefeitura do Rio decidiu liberar o uso de máscaras em academias, piscinas, centros de treinamento e pistas de patinação.

A dispensa do uso de máscara nesses locais só pode ocorrer mediante a apresentação do comprovante de vacinação. Desde setembro, é necessário aprovar o passaporte de imunização para frequentar esse tipo de local na capital fluminense.

Desde 3 de novembro, a população do Distrito Federal também não é mais obrigada a usar máscara ao ar livre. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a prefeitura decidiu liberar o uso da proteção inclusive em espaços fechados.