Lula dá início a série de encontros políticos em Brasília e discute aliança no RJ com Freixo para 2022
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segunda-feira, 03 de maio de 2021
DANIEL CARVALHO
<p>BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início nesta segunda-feira (3) a uma série de encontros políticos em Brasília. O primeiro item da pauta foi a formação de uma grande aliança para 2022 no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
</p><p>Durante mais de uma hora, Lula recebeu em um hotel no centro da cidade o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que pretende disputar o governo do Rio como candidato de uma aliança que envolveria desde o PT a nomes de partidos de centro-direita, como o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM).
</p><p>"É meu desejo que a gente faça uma frente ampla para derrotar Bolsonaro no Rio e no Brasil. Derrotar Bolsonaro não é um projeto da esquerda, é um projeto civilizatório, democrático, da vida. É uma responsabilidade que tem que ser de todo o campo progressista, o PT dentro dele, evidente, mas também de um campo democrático", disse Freixo ao deixar a reunião com o petista.
</p><p>De acordo com o deputado, Lula demonstrou disposição para formar alianças nos estados. O ex-presidente não se manifestou após o encontro.
</p><p>Nesta terça-feira (4), Lula conversará com o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), que aparece como nome para disputar o Senado neste esboço de aliança.
</p><p>Um encontro com Maia ainda está sendo costurado por interlocutores do petista. Maia é um dos principais nomes do DEM, mas desentendeu-se com correligionários no início deste ano por causa da disputa pela presidência da Câmara. Pessoas próximas ao deputado especulam que ele pode migrar para o MDB.
</p><p>Também nesta terça, Lula deve conversar com senadores ao longo do dia no bunker que montou em um hotel no centro de Brasília.
</p><p>Ao longo da semana, ele deve deixar o local para fazer uma visita ao ex-presidente José Sarney (MDB), que, na semana passada, recebeu Bolsonaro em sua casa na capital federal.
</p><p>Havia expectativa de que Lula também tivesse uma conversa com Renan Calheiros (MDB-AL), mas interlocutores do senador dizem descartar esta ideia por causa da CPI da Covid.
</p><p>Renan é relator da comissão parlamentar de inquérito do Senado e, para estes aliados, um encontro com Lula poderia trazer mais dor de cabeça ao parlamentar, que já é alvo de bolsonaristas por ter assumido o posto mesmo sendo pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). O repasse de recursos federais aos estados é um dos alvos da CPI.
</p><p>Lula chegou a Brasília no fim da tarde desta segunda-feira em um jatinho. Dois carros e uma van foram até a aeronave para buscar o ex-presidente e sua comitiva, que inclui a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. Eles entraram no hotel pela garagem, evitando o contato com a imprensa.
</p><p>A agenda de Lula está sendo mantida sob sigilo, mas também inclui visitas a embaixadas. Nesta segunda, ele foi à da Alemanha. Há expectativa de que, ao longo desta semana, ele converse também com os embaixadores da Argentina, da Rússia e do Reino Unido.
</p><p>De acordo com políticos próximos, a ideia é discutir a aquisição de vacinas para Covid e mostrar que, para ele, é possível viabilizar um auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.
</p><p>No ano passado, foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Os desembolsos dobravam para mães chefes de família. Foram gastos R$ 293 bilhões para atender 67,9 milhões de pessoas.
</p><p>Em abril deste ano, o governo começou a pagar quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. O valor depende do tamanho da família. O governo prevê um gasto de R$ 44 bilhões para atender 45,6 milhões pessoas.
</p><p>"Há recurso para que a gente consiga pagar um auxílio que não leve as pessoas à fome nem a terem que sair de casa. O governo precisa saber o que é prioridade. É um endividamento necessário. Esta é a diferença entre o Estado e o mercado", disse Freixo.
</p><p>Parlamentares do PT defendem que, para financiar a proposta, sejam aprovados os projetos do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ou do senador Rogério Carvalho (PT-SE) que determinam que, durante a calamidade pública decorrente da pandemia, o lucro contábil do Banco Central seja destinado ao Tesouro Nacional, com periodicidade mensal e destinação ao fortalecimento do SUS, à preservação de renda de trabalhadores formais e informais, à manutenção de micro e pequenas empresas, ao financiamento de pesquisa científica entre outros.
</p><p>Sempre que menciona os que pedem um valor maior da parcela do auxílio emergencial, Bolsonaro diz que o pagamento do benefício é endividamento e que governadores e prefeitos poderiam usar seus caixas para complementar o pagamento federal.
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