SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Desde segunda-feira (7), as lideranças dos caminhoneiros elevaram o grau de preocupação com os reflexos da guerra na Ucrânia sobre os custos de suas viagens.

Além do impasse em relação ao preço do combustível, o agente redutor de emissão de poluentes Arla 32, utilizado em veículos a diesel, encareceu nos postos devido ao aumento da ureia no mercado internacional, segundo Wallace Landim, o Chorão, liderança dos caminhoneiros que ficou conhecido na grande paralisação de 2018.

De acordo com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a ureia aumentou 300% no ano passado. Com a guerra na Ucrânia e o embargo anunciado por Putin nesta semana, a escalada de preço do insumo deve continuar.

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) afirma que o uso irregular de Arla 32 ou a sua ausência aumenta a emissão de gases poluentes em até cinco vezes pelo veículo, o que pode levar o motorista a responder por crime ambiental. A pena inclui multa e retenção do veículo.

Chorão também afirma que os motoristas autônomos estão com dificuldade para abastecer nos últimos dias.

Nesta terça (8), a rede Ipiranga enviou comunicado aos postos alertando que vai passar a analisar os pedidos para diesel antes de liberar a venda por causa da disparada nos preços do petróleo.

No aviso a clientes, a empresa afirma que está priorizando a sua rede de revendedores e seus clientes empresariais.

Para Chorão, o governo precisa ter sensibilidade e retirar o mais rápido possível o PPI (preço de paridade de importação). "O presidente precisa ter coragem e retirar a paridade. Não recebemos em dólar", diz.