Liderança de caminhoneiros da greve de 2018 reclama de efeitos da guerra na Ucrânia
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quarta-feira, 09 de março de 2022
JOANA CUNHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Desde segunda-feira (7), as lideranças dos caminhoneiros elevaram o grau de preocupação com os reflexos da guerra na Ucrânia sobre os custos de suas viagens.
Além do impasse em relação ao preço do combustível, o agente redutor de emissão de poluentes Arla 32, utilizado em veículos a diesel, encareceu nos postos devido ao aumento da ureia no mercado internacional, segundo Wallace Landim, o Chorão, liderança dos caminhoneiros que ficou conhecido na grande paralisação de 2018.
De acordo com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a ureia aumentou 300% no ano passado. Com a guerra na Ucrânia e o embargo anunciado por Putin nesta semana, a escalada de preço do insumo deve continuar.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) afirma que o uso irregular de Arla 32 ou a sua ausência aumenta a emissão de gases poluentes em até cinco vezes pelo veículo, o que pode levar o motorista a responder por crime ambiental. A pena inclui multa e retenção do veículo.
Chorão também afirma que os motoristas autônomos estão com dificuldade para abastecer nos últimos dias.
Nesta terça (8), a rede Ipiranga enviou comunicado aos postos alertando que vai passar a analisar os pedidos para diesel antes de liberar a venda por causa da disparada nos preços do petróleo.
No aviso a clientes, a empresa afirma que está priorizando a sua rede de revendedores e seus clientes empresariais.
Para Chorão, o governo precisa ter sensibilidade e retirar o mais rápido possível o PPI (preço de paridade de importação). "O presidente precisa ter coragem e retirar a paridade. Não recebemos em dólar", diz.