SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil, afirmou nesta sexta-feira (17) que está preocupado com a falta de diálogo e que o país está "performando mal".

"Acho que estamos performando mal no Brasil no geral. Falta diálogo, as pessoas precisam conversar sobre os problemas comuns, ouvir pontos de vista diferentes, encontrar soluções, soluções pragmáticas que nos levem para frente novamente", disse em encerramento do encontro virtual da organização Movimento Pessoas à Frente, apoiada pela Fundação Lemann.

Segundo brasileiro mais rico de acordo com a Forbes, com uma fortuna avaliada em US$ 15,3 bilhões (R$ 81,2 bilhões), o empresário do 3G Capital afirmou que o brasileiro é uma "pessoa de diálogo", mas que ultimamente entrou em uma fase em que mais briga do que dialoga.

"A internet, que poderia ser uma forma de entrosar mais o mundo, na realidade tem contribuído para brigas. Muita gente usando fake news para se promover e promover suas ideias, o que torna mais difícil o diálogo", disse.

O Movimento Pessoas à Frente realizou durante a semana o evento "Diálogos para um melhor Estado", reunindo representantes dos setores público e privado, como o ministro Paulo Guedes (Economia), a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

A breve participação de Lemann ocorreu após painel de Daniel Shapiro, professor de Harvard e autor do livro "Negociando o inegociável: como resolver conflitos que parecem impossíveis", com Cármen Lúcia, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que disputa a prévia do PSDB para a Presidência, Fabrício Marques Santos, secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas, e Pedro Pontual, presidente da Anesp (Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental).