SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Acostumada a cantar rock no começo da carreira, a hoje sertaneja Lauana Prado, 32, resolveu resgatar aqueles momentos nos bares noturnos para colocar como referência em uma de suas músicas da segunda parte do álbum "Natural", disponível nas plataformas digitais desde esta quinta-feira (10).

Mas não é só esse ritmo que a cantora coloca no disco. Também há influências claras de reggae, modão e bachata. Para Lauana, o mais legal é poder surfar em todas as ondas que ela achar importantes.

"Bebi de muitas fontes ao longo dos meus 16 anos de carreira. Minha vibe é muito interiorana sertaneja. Conseguir agregar o rock e o reggae que tive muito contato ao morar sete anos no Maranhão. Venho mostrando formas diferentes de trazer minha pluralidade musical", diz ela em entrevista à Folha de S.Paulo.

Natural de Goiânia, berço da música sertaneja, Lauana se mudou ainda criança para Araguaína (TO), e agora quer mostrar sua versatilidade. "Queria descolar de tudo o que já fiz até aqui e de tudo o que costumamos ver no cenário do sertanejo. Isso me diferencia, me torna única e traz uma nova Lauana a cada projeto", afirma.

O projeto pode ser considerado o mais ousado feito por ela em sua trajetória. Junta-se a isso o fato de a produção ter sido concretizada ainda no meio da crise pandêmica em um momento em que nem vacina existia. Na ocasião, Lauana resolveu se isolar da família, mas isso acarretou um grande agravamento de sua saúde mental.

"Foi então que surgiu a chance de eu fazer algo que fosse produtivo e tivesse densidade musicalmente falando. Foi então que voltei ao Tocantins. Assim, esse projeto veio como se fosse minha vacina, um novo momento para mim, uma forma de me blindar e me imunizar contra o desequilíbrio em todas as esferas", conta. "A maneira de olhar ao futuro foi revisitar meu passado."

O disco "Natural - Ao Vivo no Tocantins - Vol. 2" chega com mais nove faixas inéditas: "Termina Comigo"; "Despercebida"; "Pedra e Água" (com Paula Fernandes); "Primeiro Eu"; "Injusto Demais" (com Dilsinho); "Recadinho"; "Exclusividade Desse Neném"; "Cachoeira" (com Vitão) e o carro-chefe "Terminou com Calma" (com Juan Marcus & Vinicius).

Sobre as várias parcerias do atual projeto, Lauana diz que "ajuda nesse processo de agregar essências musicais bem diferentes e isso mostra a riqueza grande e diversa desse projeto. Ele tem muito potencial", destaca Lauana. O álbum anterior, "Livre", que ela diz não ter "tirado 30% do suco" por causa da pandemia, recebeu uma indicação ao Grammy em 2020.

No novo projeto, sua grande aposta é 'Terminou com Calma', que a cantora aposta que vai rapidamente cair no gosto dos fãs por ter uma sonoridade mais comercial. Já a 'Injusto Demais', gravada com Dilsinho, é a canção que flerta com o rock e que tirou ambos os artistas de sua zona de conforto. "Despercebida" também pode virar hit e conta com uma citação da música de Zezé Di Camargo "Indiferença", enquanto "Cachoeira" é a que tem a levada de reggae e vocais dela com Vitão.

E todo esse processo de composição, escolhas e feitura do disco pode ser acompanhado em seis episódios de um documentário que ela está disponibilizando em sua conta no YouTube -os dois primeiros episódios já estão liberados. "É um conteúdo extra para quem tem interesse em se aprofundar no meu trabalho. Pink, Ed Sheeran e Dua Lipa fazem isso e quis trazer esse conceito ao Brasil", aponta.

Lauana Prado conta que pretende lançar mais discos em 2022 e que já está com a agenda lotada de compromissos no cenário atual, em que pessoas já podem ir a shows e em que alguns lugares não é mais preciso usar máscara em ambientes abertos.

Ela conta que também há perspectiva de começar uma turnê pela Europa no segundo semestre. "As pessoas entenderam que a vacina é a forma mais eficiente da retomada. Temos o potencial grande e estamos caminhando para o lugar da consolidação", conclui a artista.