SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do PSD, Gilberto Kassab, decidiu lançar o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth, 53, ao Governo de São Paulo. Ramuth, que está no segundo mandato, terá que renunciar até sábado (2).

O anúncio, nesta segunda-feira (28), vem no mesmo dia em que Kassab perdeu sua opção de candidato ao Planalto. O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) decidiu que ficará no PSDB e não se filiará ao PSD.

Depois de tentar lançar Leite e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sem sucesso, Kassab agora mira o ex-governador Paulo Hartung (ES).

Ao ser questionado sobre a desistência de Leite, Kassab afirmou desejar boa sorte ao governador, que descreveu como "um quadro valoroso, jovem e bem preparado".

"Não é porque ele não aceitou nosso convite que nós vamos deixar de formular meus cumprimentos e votos de pleno êxito", disse.

Kassab insistiu que o partido terá uma candidatura própria ao Planalto, mas evitou dizer nomes. O prazo para isso está apertado —o dirigente tem esta semana para filiar um pré-candidato.

"O PSD está muito tranquilo. Vamos ter uma candidatura própria, que será apresentada em breve", disse apenas.

Ramuth deixou o PSDB, onde militou por 29 anos, e se filiou ao PSD em janeiro para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

O prefeito afirmou que a eleição em São Paulo "é a mais aberta dos últimos 20 anos", destacando que mais de 70% dos eleitores não escolheram um candidato.

Por isso, Ramuth disse acreditar que tem chances. Kassab afirmou confiar na sua vitória.

A primeira opção de Kassab para o posto era o ex-governador Geraldo Alckmin, que desistiu de disputar mais um mandato em São Paulo para ingressar no PSB e concorrer como vice de Lula (PT).

Kassab tem buscado candidaturas próprias à Presidência e nos estados para cumprir seu objetivo de fazer crescer a bancada do partido no Congresso.

Os movimentos de Kassab, no entanto, são vistos com desconfiança no mundo político. Primeiro porque, na prática, seu partido está dividido entre aliados de Jair Bolsonaro (PL) e Lula.

Em segundo lugar, Kassab sinalizou ao petista que poderia apoiá-lo no segundo turno.

Em entrevista à imprensa, Kassab afirmou que o PSD é contra coligações e defensor das candidaturas próprias. Ele negou qualquer acerto para apoiar o PT no segundo turno.