SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A vereadora Cris Monteiro (Novo) conseguiu uma medida protetiva na Justiça contra uma parlamentar do próprio partido, Janaína Lima.

Em novembro, Monteiro registrou um boletim de ocorrência contra a colega de partido após uma briga no banheiro da Câmara de São Paulo durante a votação da reforma da previdência, conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo.

Vídeos mostram que as duas começaram a discutir ainda no plenário da Câmara na noite da quarta (10) e seguiram para o banheiro onde Janaina teria tentado enforcar Cris Monteiro, segundo o relato levado para a polícia.

O presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), leu a ordem no plenário e disse considerar a situação triste. Segundo ele, duas guardas civis femininas passarão a acompanhar a vereadora.

"Aqui dentro é um ambiente de trabalho, instaurei as medidas preventivas para que haja esse cumprimento, sem prejuízo para que a vereadora Janaína cumpra livremente seu mandato", disse Leite. "Não há decisão da afastamento não, é só medida protetiva".

Na época das supostas agressões, a assessoria da vereadora Janaína disse que ela agiu em "legítima defesa do início ao fim" e que também registrou um boletim de ocorrência contra a colega.

Em nota, Cris Monteiro afirmou que a decisão foi deferida pela Vara do Juizado Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Segundo a decisão, Janaína deve manter "distância de 20 metros da vítima, além da proibição de qualquer forma de comunicação com a vítima e a proibição de frequentar os mesmos lugares que a vítima...".

Segundo a nota do advogado de Monteiro, Daniel Bialski, a decisão passa a valer a partir do momento em que Janaína foi comunicada. "Acresça-se que essa decisão confirma que a Justiça reconhece que a vereadora Cris Monteiro foi de fato covardemente agredida pela outra parlamentar e ratifica a sua condição de vítima. Ademais, a vereadora Cris Monteiro aguarda, confiante, a investigação e o processamento de todos expedientes instaurados, seja perante a Corregedoria, no próprio partido e na Policia-Justiça", diz a nota.

O comunicado diz que "as testemunhas ouvidas no inquérito policial confirmaram a covarde agressão e o Ministério Público se manifestou favoravelmente a concessão das medidas protetivas que acabaram deferidas".

A assessoria de Janaína Lima foi procurada, mas a vereadora ainda não se manifestou.