SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo de Israel condenou o ataque russo, nesta terça-feira (1º), a uma torre de TV de Kiev localizada na mesma região de um importante memorial em homenagem a judeus mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O bombardeio aconteceu nas proximidades de Babi Yar, onde em 1941 mais de 30 mil judeus foram mortos em apenas dois dias.

"Pedimos que a santidade do local seja preservada e honrada", disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, que também expressou sua "tristeza pela perda de vidas humanas" desde a invasão russa da Ucrânia na semana passada. A nota, porém, não chega a mencionar diretamente a Rússia.

O centro de memória do Holocausto Yad Vashen, memorial oficial do Estado de Israel, por sua vez, foi mais certeiro: condenou de forma "veemente" o que descreveu como um "ataque russo mortal nas proximidades do memorial do Holocausto".

A instituição ainda pediu que "a comunidade internacional tome medidas conjuntas para proteger a vida de civis, bem como esses locais históricos, devido ao seu valor insubstituível para pesquisa e educação do Holocausto".

Desde o início da invasão russa, o governo de Israel tem se negado a emitir declarações contundentes contra as ações do Kremlin. A decisão passa pelo conflito envolvendo os israelenses e a vizinha síria, onde o presidente da Rússia, Vladimir Putin, apoia militarmente a ditadura de Bashar al-Assad.

Israel também tenta mostrar distância ideológica do conflito, uma vez que nos últimos dias se apresentou como um dos possíveis candidatos a liderar a intermediação entre os governos russo e ucraniano, nas discussões para o fim da guerra. No domingo (27), o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse que seu governo está procedendo "com moderação e responsabilidade".