SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No aquecimento do debate sobre a revisão da lei de cotas no ensino superior neste ano, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, que reúne dezenas de empresas brasileiras e multinacionais, deve intensificar o apoio à renovação das cotas.

Raphael Vicente, coordenador da Iniciativa, afirma que, neste ano, a ação das companhias que se declaram antirracistas deve ir além das campanhas em rede social e avançar para um posicionamento mais firme diante desse debate.

"Para se defender inclusão e diversidade racial é preciso compreender o programa de ações afirmativas, que é uma medida comprovadamente efetiva. É ele que a gente tem e é o que está provocando evolução com o tempo. Representa muito do que foi a discussão da questão racial no Brasil nos últimos 20 a 30 anos", diz Vicente.

Na terça-feira (22), a Universidade Zumbi dos Palmares vai abrir um debate sobre o projeto de lei que posterga de 2022 para 2062 a revisão da lei que em 2012 definiu as regras para o ingresso de negros, indígenas e pessoas com deficiência nas instituições públicas de ensino superior no Brasil.

A proposta, que tramita em regime de urgência, será discutida pelos deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP), um dos proponentes, e o relator Bira do Pindaré (PSB-MA).

Na ocasião, será entregue um relatório de avaliação feito pela comissão especial do movimento Cotas Sim.