SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Jaguariúna (a cerca de 125 km da capital paulista) investiga um possível caso de estupro que teria ocorrido durante um tradicional evento de música sertaneja, o Jaguariúna Rodeo Festival, no interior de São Paulo, que teve início no último fim de semana.

A criadora de conteúdo digital Franciane Andrade, 23, publicou um vídeo em uma rede social, no formato de stories (que se apaga após 24 horas de publicação) na tarde da última terça-feira (30). Nele, ela diz ter sido vítima de violência sexual enquanto estava inconsciente. Ela havia ido ao local com amigos, mas disse que se desencontrou deles durante a festa.

À reportagem, por mensagem de áudio, ela relatou estar muito abalada desde o episódio. "A ficha está começando a cair, dá aquela angústia, a gente não consegue falar, só chora, chora. Não consigo comer, já emagreci muito, devido também aos medicamentos que toma, fica o tempo todo com náusea", disse.

Ela ainda diz que espera por Justiça e "conseguir prender essas pessoas maldosas. "Não tem nem o que falar, é inacreditável como as pessoas podem fazer isso."

Segundo a organização do festival, o recinto possui 53 câmeras de monitoramento, que podem auxiliar os policiais a identificar possíveis suspeitos pelo crime. Amigos da jovem que haviam ido com ela à festa também devem ser ouvidos pela polícia.

Em nota publicada numa rede social, a organização do JFR (Jaguariúna Rodeo Festival) informou estar em contato com a vítima desde o início da noite de terça. "Toda a operação do evento neste momento está voltada para o esclarecimento do episódio relatado por Franciane e para a busca de elementos que ajudem as autoridades policiais a encontrarem os responsáveis pelo ocorrido."

A organização diz ter efetivo de mais de 400 seguranças treinados e com registro na Polícia Federal para preservar a integridade dos clientes. "O JRF lamenta profundamente o ocorrido e presta solidariedade à Franciane, amigos e familiares. A organização reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação, dentro ou fora dos eventos que realiza", encerra a nota.

Franciane gravou o relato enquanto aguardava atendimento na Santa Casa de Mogi Guaçu, onde recebeu o coquetel de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).

"Eu estou arrasada. Ter que falar para os meus pais que eu fui estuprada, que dor que eu estou sentindo. Inconsciente, sem ver quem era", narrou no vídeo.

Segundo Franciane, o exame que realizou no IML (Instituto Médico-Legal) comprovou a violência sexual. "O doutor da polícia constatou que realmente houve estupro e ele não sabe realmente me dizer se foi um, dois ou três. Eu não sei o que fazer."

A jovem, que também é estudante de veterinária, queixou-se de não ter recebido nenhum tipo de ajuda. "Paguei um dos camarotes mais caros para ter segurança e aconteceu isso e ninguém me ajudou. Nenhum segurança me ajudou."

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o caso foi registrado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Mogi Guaçu e encaminhado para a delegacia de Jaguariúna para continuidade das investigações. "Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos. Outros detalhes não podem ser divulgados devido à natureza do crime."