SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para tentar mitigar o impacto do mega-aumento da Petrobras sobre os custos das obras de terraplenagem, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) vai enviar um pedido ao governo federal para que as empresas possam antecipar o reajuste dos contratos com o poder público, que é feito anualmente.

A disparada nos custos colocou o setor em alerta porque esse tipo de obra é altamente dependente do óleo diesel e do asfalto.

José Carlos Martins, presidente da CBIC, diz que já conversou com alguns ministros de Bolsonaro sobre o assunto. "Ciro [Nogueira, da Casa Civil] estava bem por fora. Tarcísio [de Freitas, da Infraestrutura] me disse para levar sugestões, mostrou-se sensível", afirma.

A questão é que os contratos das prestadoras de serviço com o poder público só podem ser alterados uma vez por ano, ou seja, quem já reajustou janeiro e fevereiro não poderá adequar a nova alta.

Nesta segunda-feira (14), Martins se reuniu com líderes do setor para avaliar a situação das obras de terraplenagem em todo o país.

Ele afirma que as empresas não estão conseguindo repor o reajuste aos terceirizados, e alguns já paralisaram os serviços.

"Está todo mundo preocupado. O temor é que haja uma paralisação geral dos terceirizados, porque as empresas não vão conseguir pagar mais. Se os funcionários pedem a rescisão de contrato, a obra para e aí fica mais caro para o governo", diz Martins.