<p>SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ibovespa foi a aplicação que mais rendeu no mês de abril, com ganho de 1,94%, segundo dados do buscador de investimentos Yubb. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira ficou à frente do IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, que subiu 1,51% no período.

</p><p>Com a queda de 3,55% do dólar—a maior queda para meses de abril desde 2016—, a R$ 5,4290, as principais ações brasileiras também renderam mais que o ETF (fundo de índice) do índice acionário americano S&P 500 e que o índice de BDRs (recibos depositários de ações, na sigla em inglês), que subiram 1,56% e 0,98% no mês, respectivamente.

</p><p>"Continuamos no processo de recuperação no preço dos ativos locais, permitido pela pausa nos ruídos fiscais de curto prazo. Com menores incertezas políticas, o mercado conseguiu focar um pouco mais na economia, com números menos pressionados de inflação, mercado de trabalho formal robusto e até numa surpresa fiscal positiva (embora não sustentável)", escreveu a equipe da BlueLine em relatório a clientes.

</p><p>Segundo analistas, o aumento da expectativa por reformas após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarar que um primeiro texto da reforma tributária será apresentado em 3 de maio impulsionou o real. A definição do Orçamento de 2021 e dados que apontam uma recuperação econômica dos Estados Unidos, um dos principais parceiros econômicos do Brasil, também impulsionaram a valorização dos ativos brasileiros no mês.

</p><p>"Considerando o cenário incerto da economia brasileira, não sei se continuaremos a ter um desempenho tão positivo assim nas próximas semanas", afirma Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.

</p><p>Nesta sexta-feira (30), o dólar fechou em alta de 1,76%, a R$ 5,4290. Na semana, teve queda de 1,27%, a terceira desvalorização semanal seguida com alívio no plano político-fiscal doméstico e também nos temores de inflação nos Estados Unidos.

</p><p>Com as perdas do mês, o dólar reduziu a alta no ano para 4,62%.

</p><p>O bitcoin teve desempenho pior que o dólar em abril, com queda de 6,6% até as 19h07 desta sexta. Após bater o recorde sendo cotada acima de US$ 63 mil neste mês, a moeda digital caiu para US$ 56,8 mil com a preocupação de que o plano do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de aumentar os impostos sobre ganhos de capital limitará os investimentos em ativos digitais.

</p><p>A melhor performance dentre os produtos de renda fixa mais populares foi a do Tesouro prefixado, título que tem uma taxa de juros combinada no momento da aplicação, que não muda mesmo que a Selic seja alterada. Na média, ele subiu 1,23% em abril. O Tesouro prefixado com juros rendeu 1,37%.

</p><p>Já o Ibovespa caiu 0,98%, a 118.893,84 pontos no pregão desta sexta. Na semana, caiu 1,36% com realização de lucros.

</p><p>"O mercado tem três grandes testes pela frente: safra de resultados, aceleração da vacinação e inflação", afirmou Roberto Attuch, presidente da Ohmresearch. "Os dois primeiros parecem estar sendo superados. Mas os números de junho e julho serão essenciais para sabermos se a inflação é realmente transitória."

</p><p>Nesta sessão, ações de grandes exportadoras brasileiras perderam fôlego diante da queda recente do dólar contra o real. A JBS perdeu 2,21% e a BRF encolheu 2,1%.

</p><p>A correção dos contratos futuros de minério de ferro, que caíram cerca de 4%, por sua vez, pressionaram o setor de aço e mineração. CSN perdeu 2,1% e Vale recuou 2,6%.

</p><p>"Investidores estão receosos por uma investida do governo chinês em controlar os preços e restringir a produção de aço", afirmou Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

</p><p>Ele também destaca o desempenho aquém do esperado do PMI (índice de gerentes de compras, na sigla em inglês) industrial chinês. O índice saiu de 51,9 para 51,1 na passagem de março para abril, enquanto os analistas esperavam por 51,6.

</p><p>'Ainda é muito cedo para falar em desaceleração do forte ritmo visto no primeiro trimestre, mas, com os preços das commodities na máxima, qualquer dado abaixo do esperado motiva uma correção", disse Ribeiro.

</p><p>A Embraer teve alta de 1,99%, após a fabricante de aeronaves ter o preço-alvo de seus papéis listados em Nova York elevado pelo Credit Suisse e pelo UBS após ter divulgado que fechou um pedido firme de venda de 30 jatos E195-E2 para cliente não divulgado com entregas a partir de 2022.

</p><p>Em sua estreia na Bolsa, o Banco Modal caiu 7,3%, após ter concluído na quarta-feira (28) seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), movimentando R$ 1,17 bilhão.

</p><p>Assim como o Ibovespa, os índices de Wall Street encerraram em queda nesta sexta, com as ações da Apple, da Alphabet e de outras empresas relacionadas a tecnologia pesando sobre os índices S&P 500 e Nasdaq, apesar dos recentes balanços trimestrais fortes.

</p><p>Um dia depois de o S&P 500 fechar em uma máxima recorde, Apple, Alphabet (controladora do Google) e Facebook devolveram ganhos auferidos com seus balanços trimestrais positivos nesta semana.

</p><p>Os papéis do Twitter despencaram 15%, após a companhia divulgar uma morna projeção de receita para o segundo trimestre, mencionando que o crescimento da base de usuários poderia desacelerar com o esfriamento do impulso visto durante a pandemia.

</p><p>Das 303 empresas no S&P 500 que reportaram balanços até o momento, 87% superaram as estimativas de lucros dos analistas, com dados do IBES/Refinitiv projetando um salto de 46% nos resultados.

</p><p>Nesta sexta, o índice Dow Jones caiu 0,54%, enquanto o S&P 500 perdeu 0,72%,. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,85%.

</p><p>Apesar da fraqueza do último pregão de abril, o Nasdaq completou seu sexto mês consecutivo de ganhos, em alta de 5,4% em abril. O Dow Jones subiu 2,7% no mês, enquanto o S&P 500 ganhou 5,2% —para ambos foi o terceiro mês consecutivo no azul.

</p><p>Na semana, o S&P 500 ficou quase estável, o Dow caiu 0,5%, e o Nasdaq recuou 0,4%.

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