RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um incêndio criminoso destruiu um helicóptero do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na madrugada desta segunda-feira (24) no Aeroclube do Amazonas.

Câmeras de segurança do local registraram o momento em que dois criminosos pularam um muro e incendiaram a aeronave.

Segundo o governo do Amazonas, as imagens foram encaminhadas para a Polícia Federal, que conduzirá as investigações.

"A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) está prestando total apoio aos trabalhos do órgão federal. O atendimento inicial da ocorrência foi realizado pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e o Departamento de Polícia Técnico- Científica (DPTC-Em novembro do ano passado, uma operação policial destruiu 69 embarcações utilizadas para garimpo ilegal no rio Madeira. Agentes do Ibama participaram da ação.

Não é a primeira vez que que o órgão é alvo de ataques. Em 2020, um agente do instituto foi agredido com uma garrafada no rosto após uma operação contra desmatamento na Amazônia, no estado do Pará.

Durante a operação, fiscais queimaram três caminhões e dois tratores usados para retirada ilegal de madeira e apreenderam um caminhão.

Quando deixaram a área, pessoas no local queimaram uma ponte e cercaram o veículo apreendido. Após uma breve discussão entre um fiscal e um dos presentes, um homem jogou uma garrafa no agente.

Já em 2017, em retaliação a uma operação contra garimpo, homens armados invadiram e queimaram os escritórios do Ibama, do Incra e do ICMBio em Humaitá, no sul do Amazonas. Ameaçados, os servidores fugiram de suas casas para se abrigar no quartel do Exército.

Sob o governo Bolsonaro, o Ibama vem sofrendo cortes de verbas e limitações em sua capacidade de fiscalização. A aplicação dos chamados termos de embargo despencou 60% nos seis primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Em maio do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) afastou do cargo Eduardo Bim, então presidente do órgão, no âmbito da operação Akuanduba. A ação investiga a edição de um despacho pelo Ibama, em 2020, que teria permitido a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações.