SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad fez questão de pontuar o PT como um partido sem extremismos, de centro-esquerda e do diálogo em jantar com empresários na noite desta quarta-feira (13).

Em evento que reuniu cerca de 20 pessoas, incluindo representantes do setor bancário, o petista defendeu a moderação e confrontou ideias defendidas por grande parte do setor privado, como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

Haddad participou do jantar na casa do empresário João Camargo, presidente do Esfera Brasil, organização que fomenta o diálogo entre o setor produtivo, o governo federal e o Congresso. O evento foi noticiado pelo jornal O Globo.

Estiveram presentes Jose Olympio Pereira, do Credit Suisse, Luis Henrique Guimarães, da Raízen, Nelson Kaufman, da Vivara, Nicola Calicchio, do Softbank, e Washington Cinel, da Gocil, que sediou jantares entre o governo e empresários durante a crise do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Sem se aprofundar em propostas do partido, Haddad disse que a vingança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será fazer um bom governo, e que não acredita na chance de uma terceira via.

Segundo um participante do encontro, os dois pontos que mais geraram debate com o empresariado foram a crítica à independência do BC, o que desagradou alguns presentes, e a privatização da Eletrobras, da qual Haddad disse não estar convencido da necessidade. Nas eleições de 2018, ele havia assumido compromisso de que não venderia a empresa caso vencesse a corrida presidencial.

O ex-prefeito também falou sobre a corrupção da Petrobras, uma dos principais obstáculos à candidatura de Lula ao Planalto em 2022, e afirmou que colocaria a mão no fogo pela honestidade da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ele ponderou que o governo da petista teve equívocos, mas que um dos acertos foi a demissão da diretoria da Petrobras quando acusada de corrupção. Haddad também minimizou o papel de Lula na crise econômica durante a gestão petista.