SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Greenpeace fez um estudo sobre a ocupação em uma gleba de terra federal com registro de casos de grilagem no Amazonas em que aponta para o aumento do desmatamento no governo Bolsonaro e em razão da discussão sobre o projeto de lei que pode legalizar as ocupações.

Segundo a entidade, o estudo da gleba João Bento, na região de Lábrea, no sul do Amazonas, sugere como o lobby pelo chamado PL da grilagem, aprovado na Câmara e agora em trâmite no Senado, produz reflexos diretos na floresta com o aumento do desmatamento nas terras públicas da União.

O estudo mostra que dos 295 mil hectares de floresta que recobria a área, 93 mil foram derrubados e queimados. Cerca de 57% desse processo ocorreu entre 2019 e 2021, durante o governo Bolsonaro.

"Há um claro processo de adaptação da legislação fundiária aos interesses do mercado de terras alimentado pela grilagem das terras públicas e é esse processo que se tornou o combustível principal para o avanço de tratores e motosserras sobre extensas áreas de floresta nos mais 50 milhões de hectares não destinadas na Amazônia", afirma Danicley de Aguiar, porta-voz do Greenpeace Brasil.