SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ato pró-Bolsonaro de raiz golpista na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu 125 mil pesssoas nesta terça-feira (7), segundo estimativa do governo paulista.

Em discurso diante de apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro repetiu as ameaças golpistas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), exortou desobediência às decisões do ministro Alexandre de Moraes e desafiou quem o investiga. "[quero] Dizer aos canalhas que eu nunca serei preso."

"Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou."

"Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade."

"Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro."

Ainda segundo o governo paulista, o ato contra Bolsonaro no vale do Anhangabaú reuniu 15 mil nesta terça.

Segundo o Datafolha, a lotação máxima do trecho Consolação-Paulista é de 1,5 milhão de pessoas --num cálculo intencionalmente superestimado, considerando sete pessoas por metro quadrado.

As duas vias têm, somadas, 216 mil metros quadrados. A área medida pelo Datafolha incluiu bancas de jornais, árvores, canteiros e outros espaços que não são ocupados. O instituto usa imagens de satélite e fotos do alto para determinar quantos metros quadrados tem um determinado espaço.

Para o Datafolha, sete pessoas podem ocupar um metro quadrado, mas com pouca mobilidade, o que não ocorre em manifestações ao ar livre, por exemplo. O instituto usou como referência o manual de cálculo de multidões feito pelo CEPD (Centro de Estudos e Pesquisas de Desastres), da Prefeitura do Rio.

O Datafolha calculou o público de diversas manifestações na avenida Paulista, em 2013, 2015 e 2016. O maior deles, em 13 de março de 2016, reuniu 500 mil pessoas contra a então presidente Dilma Rousseff (PT).

No método de contagem desenvolvido pelo instituto, pesquisadores percorreram a avenida e mapearam a concentração de manifestantes em setores da Paulista divididos em quadrantes. Ao mesmo tempo, manifestantes também foram questionados sobre há quanto tempo estavam no ato.

CONTAGENS FEITAS PELO DATAFOLHA

Parada Gay (10.jun.12) 270 mil

Marcha para Jesus (14.jul.12) 335 mil

Parada Gay (2.jun.13) 220 mil

Manifestação no Largo da Batata (17.jun.13) 65 mil

Ato na avenida Paulista (20.jun.13) 110 mil

Marcha para Jesus (29.jun.13) 200 mil

Jornada Mundial da Juventude, no Rio (25.jul.13) 865 mil

Ato no vale do Anhangabaú (14.ago.13) 3.000

Ato na avenida Paulista (13.mar.15) 41 mil

Ato na avenida Paulista (15.mar.21) 210 mil

Ato na avenida Paulista (12.abr.15) 100 mil

Ato na avenida Paulista (16.ago.15) 135 mil

Ato no Largo da Batata (20.ago.15) 37 mil

Ato na avenida Paulista (13.dez.15) 40 mil

Ato na avenida Paulista (16.dez.15) 55 mil

Ato na avenida Paulista (13.mar.16) 500 mil

Ato na avenida Paulista (18.mar.16) 95 mil

Ato na praça da Sé (31.mar.16) 40 mil

Ato no vale do Anhangabaú (17.abr.16) 42 mil

Ato na avenida Paulista (17.abr.16) 250 mil