Governo avança na privatização da Eletrobras e cria estatal para cuidar da Eletronuclear e Itaipu
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro editou decreto de criação de uma nova empresa pública, que será responsável por Eletronuclear e Itaipu Binacional. A medida, prevista na lei que viabiliza a privatização da Eletrobras, foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13).
A ENBpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, tem o objetivo de garantir sob o controle da União a operação de usinas nucleares, além de Itaipu.
A legislação impede a privatização desse tipo de atividade.
A privatização da Eletrobras é uma das prioridades do ministro da economia, Paulo Guedes, que ainda não conseguiu destravar seu plano de vender empresas públicas.
A empresa pública será responsável também pela administração da conta corrente Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) e a gestão dos contratos de comercialização da energia gerada pelos empreendimentos contratados no âmbito do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), disse nota do Palácio do Planalto.
O governo reservou R$ 4 bilhões no Orçamento de 2021 para dar início à execução do plano e criar uma estatal para reunir parte das operações da empresa após a venda.
Os recursos seriam necessários para compor a participação da União no capital da nova empresa e, segundo técnicos que participam das discussões, poderia bancar ao menos parte das obras da usina de Angra 3, paralisadas desde 2015.
A criação da estatal é discutida desde a saída de Salim Mattar, então secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, do governo.
Criticado pela demora nas privatizações prometidas desde a campanha eleitoral, ele atribuiu o fato à falta de vontade política do "establishment".
A interpretação dos técnicos é que a reorganização em uma nova empresa é mais viável do que discutir aspectos técnicos, regulatórios e políticos para transferir essas atividades para entes privados. Isso poderia atrapalhar ainda mais a privatização da Eletrobras.